Dia Nacional do Diabetes: saiba como identificar a doença
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Publicado em 25/06/2024

O Brasil tem, atualmente, o quinto maior número de pessoas com diabetes no mundo. Projeção da Sociedade Brasileira de Diabetes indica que o país deve subir para a quarta posição nos próximos anos

No Brasil, o dia 26 de junho é reservado para conscientizar a população sobre o diabetes, uma doença comum, que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros de todas as idades, mas que ainda assim pode ser objeto de uma série de dúvidas que atrapalham o seu diagnóstico, seu tratamento ou até mesmo podem fazer com que ela passe despercebida por quem a tem.

 

De acordo com o último levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), por exemplo, cerca de 40% da população adulta brasileira possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT) – algo em torno de 57,4 milhões de pessoas. Desse total, aproximadamente um milhão de pessoas possuem diabetes tipo 1 (DM1), enquanto 16 milhões têm diabetes tipo 2 (DM2).

 

Karine Risério Schvinger, endocrinologista pediátrica e gerente-médica do Glic/Afya, o primeiro aplicativo voltado para o tratamento do diabetes no Brasil, explica que o diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que a produção de insulina, realizada no pâncreas, é atacada e destruída pelo próprio sistema imunológico dos pacientes. “Nestes casos, há uma deficiência total deste hormônio no corpo, fundamental por ser o responsável por controlar o nível de glicose no sangue”, indica a médica.

 

Já o diabetes tipo 2, por sua vez, está mais associado a questões como sobrepeso, obesidade e sedentarismo, mesmo que também possua ligação com antecedentes familiares de diabetes”. Ainda segundo Schvinger, diferentemente do DM1, mais presente em crianças e adolescentes, o DM2 é mais comum entre adultos e idosos.

 

Além desses dois tipos de diabetes mais conhecidos, há outras formas da doença, como o diabetes gestacional, que apesar de temporário, ocorrendo durante a gravidez, pode evoluir para um diabetes de tipo 2, e exemplos mais raros como o diabetes tipo LADA, parecido com o DM1, mas de evolução mais lenta, e o diabetes secundário, resultante de doenças pancreáticas, fibrose cística, uso de medicações ou outras condições endócrinas.

 

Principais sintomas

Seja qual for o tipo do diabetes, há sintomas gerais que devem ligar o sinal de alerta do paciente. “Os sintomas mais comuns do diabetes são a perda de peso não explicada por dieta ou mudança no estilo de vida, assim como o aumento da sede e da vontade de fazer xixi, a fome excessiva, sensação de fraqueza e visão turva”, indica Karine.

 

Em bebês, indícios de diabetes podem incluir assaduras de fraldas, enquanto em crianças menores, voltar a fazer xixi na cama e irritabilidade e sonolência excessivas são alertas que devem ser vigiados com atenção.

 

No caso do DM2, existe ainda um sinal característico chamado acantose nigricans, que indica uma resistência à ação da insulina no corpo. Ele é caracterizado pela presença de manchas escurecidas, espessas e de textura aveludada em regiões do pescoço, axilas, virilhas e outras articulações e dobras de pele.

 

A médica salienta, no entanto, que tão importantes quanto os sintomas “visíveis” do diabetes, há também sintomas silenciosos que devem ser monitorados. Schvinger afirma que o início do diabetes tipo 1 geralmente se manifesta com muitos dos sintomas já elencados, mas na maioria dos casos de diabetes tipo 2 os sinais podem passar despercebidos.

 

É recomendado que toda pessoa que apresenta histórico de DM2 na família, além de outros fatores como obesidade ou sobrepeso, realize avaliações laboratoriais rotineiras da glicemia de jejum e da hemoglobina glicada (HbA1c). Infelizmente, não é raro que a pessoa com diabetes tipo 2 faça o diagnóstico da doença quando já apresenta complicações como retinopatia diabética, uma importante causa de cegueira, ou então doenças nos rins (nefropatia diabética) ou cardiovasculares, como AVC e infarto”, comenta.

 

Como se cuidar

Diante destes riscos, Karine Schvinger destaca um conjunto de medidas simples que pode ser tomado para reduzir as chances de que a doença se desenvolva até seus estágios mais críticos.

 

“A alimentação deve ser saudável e equilibrada, rica em fibras, evitando o excesso de alimentos ultraprocessados e adoçados, dando preferência a carnes magras e gorduras saudáveis. Somado a isso, a prática regular de atividade física auxilia na perda de peso, melhora a sensibilidade à insulina e auxilia na manutenção de glicemias dentro da faixa de normalidade, devendo ser sempre incentivada. Recomenda-se ainda evitar o tabagismo e o consumo de álcool, gerenciando o estresse com uma rede de apoio de cuidado mais leve e eficaz”, diz.

 

Por fim, Schvinger aponta que o automonitoramento da glicose no sangue auxilia na tomada de decisões sobre a alimentação, a prática de atividade física e o uso de medicações para manter a glicemia dentro do alvo.

 

O rastreio ativo de complicações faz parte desse cuidado, com a realização regular de exames e avaliação multidisciplinar com equipe de saúde. O uso correto das medicações, sejam os antidiabéticos orais ou injetáveis, também é vital para garantir o melhor controle da doença”, conclui.

 

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