Tocantins: PC deflagra 2ª fase da operação “Dolos”, prende três pessoas, e apreende veículos
Policial
Publicado em 17/06/2020

 

Esquema fraudulento consistia na utilização de dados falsos para “esquentar veículos” furtados ou roubados

 

Por Rogério de Oliveira 

Desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 17, dezenas de policiais civis estão nas ruas de Araguaína e Tocantinópolis, com o objetivo de dar cumprimento a mandados de prisão preventiva contra indivíduos suspeitos de integrar uma associação criminosa responsável pela prática de crimes contra a administração pública, peculato, falsificação de documentos e crimes afins e que agia no Tocantins e demais unidades da federação.

Os trabalhos policiais consistem na 2ª fase da Operação “Dolos”, a qual até o presente momento já resultou na prisão de três homens envolvidos em crimes diversos em Tocantinópolis e também Araguaína. Na primeira cidade, foram presos um despachante de 43 anos de idade e um servidor do Detran, de 42 anos, os quais estão sendo investigados por participação no esquema fraudulento.

Durante a mesma ação, que está sendo comandada pelos delegados Rossílio Souza Correia, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (Derfra, Palmas,) e que deflagrou a ação em Araguaína, sendo que naquele município a Polícia Civil apreendeu um Chevrolet Cruze, uma Camionete Triton L200, bem como uma lancha, que estavam em poder de um homem que também foi preso em cumprimento a mandado de prisão preventiva. 

Em Tocantinópolis, que está sendo coordenada pelos delegados Anderson Casé da mesma especializada, e delegado Ricardo Real da 1ª DPC de Palmas, resultou na apreensão de cinco veículos, sendo um Hyundai Azera, anos 2010 um VW Fox, 2012 um HB20 Sedã, 2014, bem como uma motocicleta Honda Biz, e uma Honda CBR 500 cc, ano 2014 que está avaliada em torno de R$ 20 mil reais.

Segundo o delegado Anderson Casé, a operação Dolos tem por objetivo desarticular uma organização criminosa que pratica fraudes falsificando documentações de veículos furtados ou roubados, com a inserção de dados falsos. “Trata-se de uma organização de atuação interestadual que utiliza dados falsos, por meio do Detran, eles pegavam uma nota fiscal de um veículo que ainda não havia saído de fábrica e produziam documentação para “esquentar veículos” furtados ou roubados, ou seja o carro recebia documentação verdadeira, mas com dados falsos”, disse o delegado.

Ainda segundo o delegado, são muitos veículos que já passaram por esse esquema fraudulento. As investigações já vinham sendo realizadas há pelo menos seis meses, uma vez que há indícios de que a associação criminosa possa ter praticado vários crimes que envolvem dezenas de veículos. Segundo o delegado Ricardo Real, titular da 1ª Delegacia de Palmas, e que também presta apoio a ação, a operação “Dolos” investiga fraudes praticadas no âmbito do Detran do Estado do Tocantins, por servidores daquele órgãos, além de despachantes, sendo que os indivíduos presos nesta quarta-feira, prestavam serviços para criminosos em todo o Brasil.

Os suspeitos conseguiam acessos a vagas nos bancos de dados do Detran e cadastravam esses veículos, que haviam sido roubados ou furtados, como sendo carros novos e dessa forma, eles passam a rodar normalmente como se fossem legalizados,” disse o delegado. A autoridade policial também ressalta que os veículos apreendidos hoje seriam oriundos da atividade criminosa e por isso estão sendo apreendidos para que se faça uma averiguação mais precisa sobre de fato, o que foi obtido por meio das ações fraudulentas.

As investigações continuam no sentido de apurar a participação de mais pessoas no esquema criminoso. Os dois homens presos em Tocantinópolis foram conduzidos até à Central de Atendimento da Polícia Civil e, após a realização das providências legais cabíveis, recolhidos a Cadeia Pública local. Em Araguaína, o indivíduo preso também foi ouvido e, posteriormente, encaminhado à Casa de Prisão Provisória (CPPA), daquela cidade.

 

Detran

O Departamento de Trânsito do Tocantins (Detran-TO) esclarece que a direção do órgão contribuiu com as investigações. Ressaltamos que a investigação é sigilosa e o órgão não pode fornecer informações acerca.

O Detran-TO esclarece ainda que continua à disposição para mais informações e que não compactua com atividades ilícitas desenvolvidas seja por servidores ou empresários e despachantes que trabalham junto ao Detran-TO.

A operação Dolos também contou com a efetiva participação de policiais civis do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), unidade de elite da Polícia Civil, Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Araguatins), bem como agentes da Delegacia Regional de Polícia Civil de Tocantinópolis.

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