Documentário revive a história do médico e ativista João Carlos Haas, vítima da repressão na Guerrilha do Araguaia, e seu legado humanitário no Brasil
Por Bárbara Luz
Divulgação do documentário "Doutor Araguaia – A história do médico João Carlos Haas Sobrinho" | Foto: divulgação/Ascom
Após 36 meses de produção, o documentário Doutor Araguaia – A história do médico João Carlos Haas Sobrinho chegou às telas em pré-lançamento no Rio Grande do Sul, com exibições em São Leopoldo e Porto Alegre. O filme, que resgata a trajetória do médico gaúcho morto durante a Guerrilha do Araguaia, teve uma recepção marcada por fortes emoções, simbolismos e aplausos calorosos de uma plateia composta por mais de 300 pessoas, entre familiares, amigos, jornalistas e historiadores.
Agora, o documentário desembarca no Maranhão, onde o médico João Carlos deixou um legado profundo em Porto Franco e Imperatriz. As sessões prometem emocionar os moradores da região, especialmente pacientes antigos e amigos que conviveram com o médico durante sua breve, mas impactante passagem pelo estado.
A trajetória de João Carlos Haas Sobrinho
Natural de São Leopoldo (RS), João Carlos Haas Sobrinho nasceu em 1941 e recebeu sólida formação jesuíta. Durante a graduação na Faculdade de Medicina da UFRGS, presidiu o Centro Acadêmico Sarmento Leite, sendo preso em 1964 sob acusações relacionadas à sua liderança estudantil durante o período de repressão da Ditadura Civil-Militar.
Após concluir o curso de medicina, ele aderiu à filosofia do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e exerceu a profissão em comunidades carentes no Maranhão e Tocantins, entre 1967 e 1972. Nessas regiões, destacou-se pelo atendimento a camponeses e trabalhadores rurais marginalizados pelo regime militar, salvando centenas de vidas e conquistando a admiração das comunidades locais. Foi morto na região do Bico do Papagaio durante a Guerrilha do Araguaia, e seus restos mortais nunca foram encontrados. A busca por eles segue mobilizando sua família até hoje.
Dirigido por Edson Cabral, Doutor Araguaia é fruto de uma produção independente da TG Economia Criativa, com roteiro, pesquisa e argumento propostos em parceria com Sônia Haas, irmã de João Carlos. As gravações ocorreram em sete estados – São Paulo, Maranhão, Pará, Tocantins, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal – e o projeto foi contemplado pelo Edital 001/2023 da Lei Paulo Gustavo, do Tocantins.
A obra também conta com o apoio das prefeituras de São Leopoldo (RS) e Porto Franco (MA), além do suporte institucional da Fundação Maurício Grabois. É uma obra que presta tributo a João Carlos Haas Sobrinho e a todos que resistiram à Ditadura Civil-Militar no Brasil.
SERVIÇO
Porto Franco: 24 de novembro, às 18h30, no IEMA (Travessa Maranhão Sobrinho, 107 – Beira Rio).
Imperatriz: 26 de novembro, às 19h30, no Auditório da UFMA (Campus Centro).
O diretor Edson Cabral e Sônia Haas, irmã de João Carlos Haas, estarão presentes.
Com informações da Ascom