Médico é preso por agredir esposa e ameaçou policial: “se um dia cair na minha mão irão pagar”
Policial
Publicado em 07/06/2020

O autor pagou fiança e vai aguardar em liberdade a conclusão do inquérito aberto na 1ª Central de Atendimento à Mulher em Palmas

 

Um médico de 35 anos teve a prisão em flagrante confirmada pela Justiça estadual após agredir a esposa, no dia 3 de junho. O juiz Antiogenes Ferreira de Souza, da Vara de Central de Atendimento da Mulher homologou a prisão, mas observou que o médico pagou a fiança, ainda na delegacia, e recebeu a soltura. A fiança teve o valor arbitrado em R$ 5.225,00.

O médico vai aguardar o resultado do inquérito policial em liberdade. E, se for indiciado, poderá responder a uma ação penal por se tratar de violência contra mulher, caso em que a ação é incondicionada, ou seja, não depende mais da vítima, só do Ministério Público oferecer ou não a denúncia após a conclusão do inquérito.

Sua prisão ocorreu após a Polícia Militar ser acionada e ir até a residência do casal, na 504 sul. Os policiais encontraram a vítima, chorando e pedindo ajuda porque vivia "tortura psicológica", segundo o Boletim de Ocorrência de N º 00033457/2020. Foi preciso arrombar a porta porque o casal não encontrava a chave. O porteiro do condomínio onde moram é testemunha do caso.

O policial que relatou o caso à Central, Sargento W. Luiz, diz que a vítima mostrou ferimentos nas costas e que o médico também tinha ferimentos. Segundo o BO, a mulher disse que o médico tirava o próprio sangue de 5ml em 5 ml "na tentativa de se suicidar".

Segundo o relato do PM, o médico não quis ser conduzido pelos policiais e correu até a cozinha dizendo que ia tirar a própria vida e mesmo contido e algemado pelo policial se autoflagelou. "Batendo a cabeça contra a viatura, o qual ficou lesionado na testa", escreve o policial.

W. Luiz relatou no final do documento a ameaça feita pelo médico. "... eu sou médico e trabalho no HGP e tenho um tipo de cirurgia que somente eu faço... e um dia vocês iram (sic) cair na minha mão e irão pagar pela sua insensibilidade..."

Ele é um dos três especialistas em endoscopia ginecológica que atuam em Palmas. As outras duas são mulheres. Natural de Araguaçu (TO) ele é servidor concursado e requisitado para o Hospital Geral de Palmas, desde 1º de maio de 2019. Também atua com um contrato temporário no Centro Integrado de Assistência à Mulher e à Criança, do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, desde agosto do ano passado.

A reportagem não conseguiu localizar o médico nem o defensor Luis Gustavo Caumo, que assistiu o médico na fase da prisão em flagrante. A primeira versão da matéria trouxe o nome do autor. Na atualização, o nome foi retirado porque o processo que era público passou a ser sigiloso no sistema eletrônico.

 

Fonte: Jornal do Tocantins

 

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