Números de enfarte aumentam até 34% no Natal, diz pesquisa
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Publicado em 25/12/2019

As doenças cardiovasculares preocupam porque lideram as mortes no Brasil com mais de 300 mil casos por ano e a atenção precisa estar redobrada a partir dos 40 anos

A noite do dia 24 de dezembro possui um índice 37% mais alto de casos de enfarte do que o restante dos dias do Presidente do Departamento de Doença Coronária da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Bassan (Foto acima)

O dado, revelado por uma pesquisa do periódico BMJ, mostrou que o risco de ataque do tipo aumenta em 15% no período do Natal (de 24 a 26 de dezembro) e que esse número pode ser ainda maior às 22 horas da véspera do Natal. Entre os principais pontos analisados por especialistas estão os picos de emoções, fatores como álcool, excessos na alimentação e muito tempo sem dormir.

O estudo é da Universidade de Lund, na Suécia e avaliou registros de 283.014 de enfartes do miocárdio.

Entre as constatações, está ainda a de que pessoas mais velhas, principalmente com idade superior a 75 anos e com doenças crônicas, como a diabetes e a doença arterial coronariana estão mais propensas aos ataques.

As doenças cardiovasculares preocupam porque lideram as mortes no Brasil com mais de 300 mil casos por ano e a atenção precisa estar redobrada a partir dos 40 anos.

Presidente do Departamento de Doença Coronária da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Bassan explica que no Natal, o maior número de casos pode estar relacionado à emoção bem como estresses emocionais, com a liberação, no organismo, de substâncias que podem, por exemplo, causar aumento da pressão e da frequência.

“Estamos falando ainda de uma época em que as pessoas comem uma alimentação mais pesada, com mais gordura e sal, sem falar na quantidade ampliada. Além disso, a bebida alcoólica, acima do habitual. Tabagistas e pessoas que já possuem doenças crônicas precisam ficar ainda mais atentos. Dor no peito que pode irradiar na mandíbula ou braço esquerdo, mal estar que pode vir como cansaço.

Estes sintomas novos não podem ser ignorados. É necessário que estas pessoas sejam atendidas por um médico porque tempo perdido pode ser fatal”, completa Bassan.

Orientações

A indicação, no geral, são as básicas para quem deseja ter uma vida mais saudável e incluem prática de atividade física, não ao tabagismo e cuidados com excesso de álcool. Além disso, a partir dos 40 anos é necessária uma avaliação cardiológica a cada cinco anos. Isso, se não houver nenhum diagnóstico de doenças cardíacas.

Em caso de alterações, o médico vai determinar a periodicidade na qual o paciente precisa repetir os exames.

Doenças Cardíacas

Cerca de 1,2 milhão de pessoas morrem por ano no Brasil e os números envolvendo doenças cardiovasculares ficam entre 300 e 400 mil. Significa praticamente 30% das mortes.

De acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), em 2017, pelo menos 352.481 pessoas morreram no Brasil, decorrente de doenças cardiovasculares.

Em 2016, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), as mortes ultrapassaram 362 mil.

Quando o assunto é apenas AVC e enfarte, o SIM registrou 188.223 internações em 2016 e 184.748 em 2015.

Já em relação aos óbitos, a pasta registrou em 2015, 90.811 óbitos por enfarte agudo do miocárdio. Outras 100.520 pessoas também tiveram um acidente de enfarte, mas sobreviveram.

 

Fonte: O Popular (Catherine Moraes)

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