O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar neste domingo (21) o diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, (foto acima) e disse que não falará com ele.
Na chegada a um restaurante da capital federal, ele afirmou que escalará um ministro para tratar com o servidor sobre os dados de desmatamento que, segundo ele, não condizem com a verdade.
O presidente ressaltou que sua administração não quer fazer uma "propaganda negativa do Brasil", já que isso prejudica a imagem do país no exterior.
"Eu não vou falar com ele. Quem vai falar com ele vai ser o ministro Marcos Pontes [Ciências) e talvez também ali o Ricardo Salles [Meio Ambiente]. O que nós não queremos é uma propaganda negativa do Brasil. A gente não quer fugir da verdade, mas aqueles dados pareceram muito com os do ano passado", disse.
Para ele, a questão ambiental no exterior é uma "verdadeira psicose" e, em uma referência ao diretor, disse que não é justo que um brasileiro faça uma campanha contra o país.
"Se o dado fosse alarmante, ele deveria, por questão de responsabilidade e patriotismo, procurar o chefe imediato, no caso o ministro", disse. "E não de forma rasa como ele faz, simplesmente coloca o Brasil numa situação complicada", acrescentou.
Os dados preliminares de satélites do Inpe mostram que mais de 1.000 km² de floresta amazônica foram derrubados na primeira quinzena deste mês, aumento de 68% em relação a julho de 2018.
O presidente afirmou que os dados do Inpe não correspondiam à verdade e sugeriu que Galvão poderia estar a "serviço de alguma ONG."
Após o almoço, na chegada ao Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que enviará um projeto de lei ao Congresso Nacional para legalizar a atividade do garimpo no país. Ele, no entanto, não deu maiores detalhes.
"O garimpeiro é um cidadão que merece respeito, consideração, e obviamente a gente vai casar a exploração com a questão ambiental e botar um ponto final no mercúrio", disse.
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