A empresária Odete Campos Felix sofreu dois tiros, que teriam sido disparados pelo marido Westony Freitas de Mendonça, na quinta-feira da semana passada (6)
Reprodução Correio de Carajás
Após seis dias internada em estado grave, a empresária Odete Campos Felix morreu na manhã desta quarta-feira (12), vítima de feminicídio, em Paraupebas. A vítima foi atingida por dois tiros de arma de fogo dentro da residência efetuados pelo marido Westony Freitas de Mendonça, na madrugada da quinta-feira da semana passada (6), no bairro Parque dos Carajás, no município do sudeste paraense.
O caso teve grande repercussão na cidade porque ambos eram conhecidos por serem proprietários de um dos restaurantes mais tradicionais de Parauapebas. Familiares tinham esperanças na melhoria de Odete para transferi-la para Goiânia (GO). Entretanto, a vítima não resistiu aos ferimentos.
Após atirar contra a esposa, o marido Westony em seguida tirou a própria vida. O inquérito policial foi instaurado na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). A polícia não sabe a motivação do empresário para atirar contra a mulher. Na época, o diretor da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Parauapebas, delegado Erivaldo Campelo, informou que Westony tinha um quadro de depressão.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima mesmo ferida enviou uma mensagem de WhatsApp pedindo socorro ao irmão, que chegou na casa da vítima com a Polícia Militar, por volta de meia-noite e meia. Os militares encontram Odete viva e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que a encaminhou para o atendimento médico.
Um revólver calibre 38 de propriedade de Westony foi periciado para saber se foi a arma usada no crime. O empresário tinha registro de posse de arma de fogo.
FEMINICÍDIO - O Brasil registrou ano passado 1.463 casos de mulheres vítimas de feminicídio no ano passado - ou seja, cerca de 1 caso a cada 6 horas. Esse é o recorde de registros deste tipo de crime desde a criação da lei contra feminicídio, de 2015.
O Estado do Pará contabilizou 55 mulheres assassinadas em 2023, um aumento de um caso na comparação com o ano anterior.
Os órgãos de segurança orientam que vítimas e testemunhas denunciem casos de agressão contra mulher logo no início das ocorrências. A orientação é que as mulheres façam as denúncias logo nas primeiras palavras ofensivas ou agressões.
Vítimas e testemunhas podem realizar as denúncias pelo canal de urgência e emergência do 190.
O "Programa Pró-Mulher Pará" que atende 10 municípios do Estado (Belém, Ananindeua, Marituba, Marabá, Bragança, Abaetetuba, Barcarena, Santarém, Tucuruí e Altamira), possibilita que a vítima ligue para o 190 e tenha imediatamente uma viatura com equipe especializada deslocada para o local indicado (a ligação pode ser da própria vítima, de um vizinho ou de um parente).