Youtuber de Augustinópolis é condenado a 10 anos de prisão por estuprar adolescente
Policial
Publicado em 16/05/2024

Abusos aconteceram entre os anos de 2017 e 2018 e vítima, diagnosticada com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), tinha 12 anos na época. Condenado pode recorrer em liberdade

Por Patricia Lauris, do g1 Tocantins e TV Anhanguera

Um youtuber e produtor de marketing de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, foi condenado a mais de 10 anos de prisão pelo crime estupro de vulnerável. O réu atraiu a vítima, diagnosticada com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), ao convida-la para jogar videogame.

 

De acordo com o processo contra o homem de 33 anos, que não teve o nome divulgado, o menino tinha 12 anos na época em que sofreu os abusos, entre os anos de 2017 e 2018. Mas o crime só foi descoberto em 2022, quando o jovem contou ao pai o que aconteceu.

 

O nome do acusado não foi divulgado e o processo está em segredo de justiça, mas a defesa informou que recebeu com surpresa a condenação e vai recorrer na Justiça para provar a inocência de cliente. (Veja nota completa no fim da reportagem).

 

Segundo a investigação, o youtuber levou o menino e outras crianças para um estúdio que tinha em casa, com o pretexto de jogar videogame. A vítima disse em depoimento que no local havia sofás e almofadas, e foi nesse espaço que aconteceu o primeiro ataque.

 

Além disso, o adolescente ainda contou que como o réu era próximo da sua família, ocorreram outras tentativas de estupro dentro da casa onde morava.

 

No julgamento, segundo o Tribunal de Justiça (TJTO), o acusado negou o crime e afirmou que o menino agiu por pressão dos pais, que haviam comprado um lote do youtuber, mas que não houve pagamento. A defesa destacou que o pai da vítima chegou a ficar alterado ao ser cobrado em determinada ocasião.

 

Ainda ao se defender, o homem disse passou a frequentar a casa da família do menino em 2019 e que depois do episódio, não foi mais ao local.

 

Apesar do relato de defesa, o juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, da 2ª Vara de Augustinópolis (TO), considerou o depoimento da vítima e as provas contra o réu e decidiu pela condenação.

 

Restou claro nos autos os atos libidinosos diversos da conjunção carnal praticados pelo acusado em face da vítima, quando esta era menor de 14 anos de idade”, disse o juiz na sentença, que saiu na terça-feira (14).

 

O magistrado ainda considerou um episódio de ameaça contra a vítima, em que o youtuber disse que se o menino contasse para os pais sobre os abusos, apanharia e seria ridicularizado. Além disso, afirmou que se fosse preso sairia rápido porque 'possui dinheiro'.

 

Sobre a situação da suposta venda de lote entre o acusado e o pai da vítima, não houve comprovação por parte da defesa, conforme consta na sentença. Para o juiz, o acusado se aproveitou da vulnerabilidade e dos problemas psicológicos da vítima para cometer os atos, o atraindo com o pretexto do jogo de videogame.

 

O youtuber foi condenado a 10 anos, 7 meses e 15 dias de prisão, inicialmente em regime fechado. Por não ter nenhum pedido de prisão preventiva solicitado durante o processo, o juiz deu ao réu o direito de recorrer em liberdade.

 

Veja o que diz a defesa na íntegra

A advogada, que patrocina a defesa do acusado, esclarece que recebeu com surpresa a decisão judicial que condenou seu cliente.

 

A condenação de seu cliente representa um ataque ao Princípio da Verdade Real, bem como aos demais princípios que regem o processo penal brasileiro, haja vista a explícita falta de provas ou coerência dos fatos a ele imputado.

 

A defesa ainda, informa que o mesmo recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça do Tocantins, com objetivo de provar a inocência de seu cliente.

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