A santa foi encontrada a cerca de 300 anos por pescadores no Rio Paraíba do Sul, interior de São Paulo, e chamou atenção por ter a cor negra
Por Meio Norte - Pedro Arimateya
Nesta quinta-feira (12) foi celebrado em todo o país, o dia de Nossa Senhora de Aparecida, Padroeira do Brasil. A imagem da santa foi encontrada há cerca de 300 anos por pescadores no Rio Paraíba do Sul, interior de São Paulo, e chamou atenção por ter a cor negra.
Um dos grandes mistérios que rondam a história da santa é o porquê da sua cor destoar das demais imagens sacras do País. Vale pontuar que na época o Brasil ainda passava por questões do período da escravidão, a existência de uma santa negra é um tanto quanto curiosa.
Não existem comprovações focais acerca desse fato, porém historiadores têm duas hipóteses para definir o porquê a Padroeira do Brasil é negra. O consenso principal é que a imagem se tratava de Nossa Senhora da Conceição, que é branca, mas passou por um processo de enegrecimento.
Fuligem de velas
Tereza Pasin, historiadora e autora do livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida’, destaca que uma hipótese para o tom escurecido da santa, são as velas que sempre cercaram a imagem. A imagem de nossa senhora da Conceição era muito comum no Brasil colônia, já que a mesma é padroeira de Portugal.
“Ela ficava nos altares de fazendas e oratórios, cercada por velas, que foram escurecendo-a. A fuligem das velas é uma das principais hipóteses para deixar a cor negra. Ficava o tempo inteiro sem proteção, cercada por velas, que eram primitivas e tinham uma fumaça muito escura. Isso com certeza escureceu o tom.”, afirma.
Tempo Submersa
Outra hipótese é que o tempo que a santa passou submersa no rio onde foi encontrada, tenha ajudado no processo de mudança do tom claro para o mais escuro. É o que explica a historiadora, Rachel Abdala, o contato com a água fez com que toda a tinta fosse removida da peça.
“Não sabemos quanto tempo a imagem ficou no rio, mas é certo que foram anos. E todo esse tempo fez com que o contato direto com a água apagasse parte da tinta e a imagem voltasse à cor original do barro. A cor mais propriamente de canela foi muito aceita principalmente pelos povos negros, como os quilombos. Então ela nunca foi pintada e acabou mantida dessa maneira", pontua.