Jornalista e escritor goiano radicado há quase quatro décadas no Tocantins morreu na madrugada aos 68 anos em Taquaruçu
Jornal do Tocantins
O poeta e jornalista Gilson Cavalcante faleceu nesta madrugada em sua residência, no distrito de Taquaruçu, aos 68 anos.
Ele havia diagnosticado diabetes tipo II antes dos 40 anos. Há quase uma década sofria os efeitos da disfunção pancreática, com redução na produção de insulina.
Hipertenso e com histórico de mal de Parkinson, Cavalcante ficou internado no mês passado em tratamento do quadro que o levou a óbito nesta terça-feira, 14.
Ele será velado à tarde, no Centro Cultural Os Kako, em Taquaruçu e será sepultado no cemitério do distrito em horário ainda não definido.
Nascido em Porangatu (GO) como Gilson Carlos Cavalcante no dia 5 de novembro de 1954, filho de João Lino Cavalcante Filho e Celina Pereira Cavalcante, sua chegada na região tocantinense coincidiu com a instalação do novo Estado o que lhe possibilitou acompanhar o processo de implantação do Estado e de Palmas.
Transferido de Goiânia pelo Jornal do Tocantins, com o editor-chefe do veículo, Tião Pinheiro, Gilson Cavalcante coordenou o JTo na então capital provisória Miracema e depois atuou como repórter. Como jornalista e comunicador com passagens por diversos veículos, Gilson Cavalcante foi secretário estadual da Comunicação.
Sua extensa produção jornalística conviveu com sua criação poética, na qual o regionalismo perdeu força para a liberdade criativa na construção dos versos sobre a existência humana.
Seu livro de estreia é “69 Poemas- Dos Lençóis e da Carne”, em parceria com Hélverton Baiano. Depois, seguiram “Lâmpadas ao Abismo” e “Ré/Ínventário da Paisagem”, livro que gerou uma análise acadêmica por pesquisadores da Universidade Luterana sobre não regionalismo de sua obra com o futurismo russo de V. Maiakovski.
Sua quarta obra, “Poemas da Margem Esquerda do Rio de Dentro”, é menção especial no concurso literário nacional “Prêmio Cidade de Juiz de Fora”, em 2002.
Seis anos depois, publica “O Bordado da Urtiga”, premiado com a Bolsa de Publicações Maximiano da Matta Teixeira, da Fundação Cultural do Tocantins. No ano seguinte, as novas obras: “Anima Animus - O Decote de Vênus” ,“Bonsai de Palavras” e um livreto com hai-kais (poemas curtos).
Em 2011, levou a Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, ano em que recebeu o Troféu Goyases 2011, poesia, concedida pela Academia Goiana de Letras.
Seus últimos livros são “A Arte de Desmantelar Calendários” e “O Amor Não Acende Velas” e “Descompássaro”, sua 11ª obra, lançada no início do ano.
É um pesadelo acordar com a notícia da partida do nosso querido Gilson Cavalcante, que nos deixou nessa madrugada. Jornalista, poeta e craque no futebol e na arte de fazer e conservar amigos, deixou marcas profundas em suas atuações e uma poética de primeira linha. Ele não apenas fazia poesia: ele era poesia, vivia poeticamente. Tive o privilégio de dividir com ele jornadas no jornalismo, na literatura, nas “peladas futebolísticas” e na vida. Que ele descanse em paz e que Deus conforte seus familiares, amigos, colegas e admiradores!