Sob forte pressão de governadores, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve levar cerca de 60 dias para avaliar vacinas contra a Covid-19 e que, “se tudo estiver redondo”, o imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford estará disponível no final de fevereiro.
Na versão preliminar do plano de imunização, o governo federal projetava o início da vacinação em março.
No entanto, governadores afirmam que uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro permite aprovação automática caso o imunizante receba aval de quatro autoridades sanitárias no exterior e a Anvisa não se manifeste em 72 horas. O governo de São Paulo pretende iniciar a vacinação com a CoronaVac em janeiro.
O que aconteceu: Pazuello recebeu hoje um grupo de governadores, que cobram uma estratégia nacional de vacinação. O encontro teve momentos de tensão, com bate-boca entre o ministro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), envolvendo a compra da CoronaVac.
Depois da reunião, o ministério informou que vai adquirir doses da vacina que obtiver registro da Anvisa, o que inclui a CoronaVac. Pazuello também afirmou que o Brasil pode receber no primeiro trimestre de 2021 8,5 milhões de doses da vacina da Pfizer — o imunizante começou a ser aplicado hoje no Reino Unido. O governo brasileiro negocia a compra de 70 milhões de doses.
Segundo presentes, o ministério mudou de perspectiva e, agora, planeja vacinar todos os brasileiros. A meta é obter 420 milhões de doses. Detalhes do plano de imunização devem ser apresentados na quarta-feira.
Em paralelo: o governador do Piauí, Flávio Dino (PCdoB), pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização para executar plano de imunização no estado e quer que a União custeie a compra das vacinas.
Alerta ligado: o Ministério da Saúde ainda não definiu compra de seringas e agulhas para campanha de vacinação.
Vacina da Pfizer oferece proteção robusta após primeira dose, diz agência dos EUA
Novos estudos e avaliações de resultados preliminares atestaram os indicativos de eficácia de três vacinas contra a Covid-19. A FDA, a agência sanitária dos Estados Unidos, revisou os dados da vacina da Pfizer e afirmou que o produto oferece “forte proteção” contra a doença em até 10 dias após a primeira dose. Enquanto isso, na Indonésia, a farmacêutica estatal do país anunciou que a CoronaVac apresentou eficácia de até 97%, segundo dados preliminares.
Em paralelo, a revista Lancet divulgou resultados preliminares dos testes sobre a vacina da AstraZeneca e a Universidade de Oxford, que vinham sendo questionados por especialistas. A revisão independente manteve a afirmação de que o imunizante foi capaz de oferecer 90% de proteção a voluntários que receberam uma dose e meia. A eficácia geral, porém, foi de 70%.