Ele já havia sido condenado a 43 anos de prisão pelo crime mas, em 2015 fugiu da cadeia. E estava vivendo em Tucuruí com uma identidade falsa, segundo policiais civis

A Polícia Civil do Pará recapturou, na manhã de ontem, em Tucuruí, no sudeste paraense, Lindojhonson Silva Rocha, condenado a mais de 40 anos de prisão pelo assassinato do casal de extrativistas José Claudio e Maria do Espírito Santo, ocorrido em 2011, no município de Nova Ipixuna do Pará, na região sudeste do Pará.

O casal assassinado exercia a liderança de um grupo de pessoas que visava à agricultura sustentável na região amazônica, em parceria com a Comissão Pastoral da Terra da CNBB. O crime teve repercussão internacional pela forma como foi praticado.

Ele foi condenado a 43 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio, triplamente qualificado contra José Cláudio e Maria do Espírito Santo.

O condenado foi encaminhado à penitenciária Mariano Antunes, em Marabá, onde deveria cumprir a pena em regime fechado. No entanto, em 15 de novembro de 2015, conseguiu fugir espetacularmente da cadeia.

Acusado estava escondido em comunidade 70 quilômetros distante do centro de Tucuruí

Os anos passaram e a Polícia Civil continuou procurando o Lindojhonson Silva Rocha. Após um trabalho de inteligência, Lindojhonson foi localizado por policiais civis de Tucuruí, em uma vila na zona rural do município, onde chegou utilizando o nome falso de Raimundo Nonato.

Segundo os levantamentos da Polícia Civil, junto à comunidade que fica a 70 quilômetros da cidade de Tucuruí, o acusado era temido pelos moradores do local e teria montado um esquema de tráfico de drogas e pistolagem na região sudeste do Pará.

Segundo o delegado José Humberto de Melo, na madrugada de ontem duas equipes da Polícia Civil do Pará foram às proximidades do esconderijo de Lindojhonson e, após esconderem as viaturas na mata, seguiram por alguns quilômetros a pé até identificar e prender o foragido, que não teve como esboçar reação.

AMEAÇADOS

Investigações da Polícia Civil apontam que os extrativistas José Claudio e Maria do Espírito Santo estariam sofrendo ameaças de morte bem antes de serem assassinados. Eles batiam de frente com interesses de latifundiários. Foram mortos em maio de 2011.