Você conhece a origem do Carnaval e da Quaresma?
Política
Publicado em 03/04/2020

No dia 9 de abril, cristãos de todo o mundo encerrarão a quaresma, período de preparação para a Páscoa (ressurreição de Jesus) que inicia no Carnaval. Os adeptos desta prática geralmente praticam jejum, abstinência do consumo de carne e orações ao longo dos quarenta dias. Mas você conhece a origem do Carnaval e da Quaresma?

 

Existem várias explicações para a criação do carnaval. Uma delas é que o Papa Gregório (590-604) teria dado o nome "Cane Vake" ao último domingo antes da quaresma. "É uma expressão latina que significa 'despedida da carne', já que o período do carnaval compreende os últimos dias de consumo de carne antes da quaresma", explica o professor Cícero Bezerra, coordenador do curso de Teologia Católica do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

Já outros pesquisadores apontam a origem da palavra em práticas greco-romanas nas quais um pequeno cortejo carregava um barco dedicado ao deus Dionísio, ou deus Baco. Em latim, essa prática denominava-se currus navalis, o que é traduzido como carnevale para o português.

 

A festa da carne ou da extravagância data do século VI antes de Cristo. "Eram festividades, geralmente no início do ano, com a intenção de se despedir do inverno no hemisfério norte. Os praticantes buscavam expelir as faltas cometidas no ano anterior, pedindo perdão aos deuses e buscando bençãos de fecundidade e prosperidade para o novo ano", diz.

 

 A busca por perdão e remissão era encenada com a morte de um boneco, que era queimado e destruído depois de um festivo cortejo fúnebre.

 

Evolução das festividades

 

Com o tempo, as apresentações foram aperfeiçoadas com a inclusão de máscaras e fantasias. "Iniciou-se um comportamento de promiscuidade que prejudicava a ordem pública. Por isso, o Senado Romano, a partir do século II antes de Cristo, passou a combater essas práticas e seus adeptos", explica.

 

Com a chegada do Cristianismo no Império Romano, a festa da carne já tinha se arraigado na população. Logo, a Igreja passou a oferecer alternativas religiosas para demonstração de alegria sem promiscuidade, como a Purificação de Maria, Epifania ao Senhor, Festa de Candelária, entre outros. As celebrações limitaram-se a três dias, encerrando-se na Quarta-Feira de Cinzas.

A quaresma então estabeleceu-se no século IV como o período de preparação para a Páscoa, remetendo ao jejum de Jesus Cristo no deserto. "A Quaresma serve para a penitência pública e para a preparação para o batismo, crisma e eucaristia, três sacramentos de iniciação cristã", pontua o professor.

 

Por Ana Paula Scorsin

 

 

 

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