MARÇO LILÁS: No Maranhão novos casos de câncer podem chegar a 1.730
Política
Publicado em 11/03/2020

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) o Maranhão pode alcançar 8.270 novos casos de câncer neste ano de 2020. Desse número, 1.730 se referem ao câncer de mama (890) e câncer de colo do útero (840), os que mais acometem e matam a mulher no estado. 

 

O percentual dessas doenças dentre os tipos de neoplasias no MA chega a 20,64 % com respeito à mama feminina; e 21,87 % de colo do útero.

 

Só na capital, São Luís, a estimativa do INCA é de 330 novos casos de câncer de mama e 190 de colo uterino em 2020.

 

Para fortalecer o combate e a prevenção do câncer do colo do útero, o Governo do Maranhão fez o lançamento da campanha Março Lilás, na, segunda-feira (9), com realização de exames preventivos (papanicolau), bate-papo no palco 360º, oferta da vacinação contra HPV para meninas (9 a 14 anos) e meninos (11 a 14 anos), bem como imunização para hepatite B, febre amarela, meningocócica C conjugada, dupla adulto e tríplice viral.

 

Foram disponibilizados serviços médicos, atividades de lazer e oficinas especialmente dirigidas às mulheres do Itaqui-Bacanga e de bairros da região.

 

Também foram ofertados, além das consultas de ginecologia, vacinas e medição de pressão arterial e glicose. Equipes compostas por enfermeiros realizaram coletas para exames da Papanicolau que serve para detectar alterações e doenças do colo do útero, como inflamações, HPV e câncer.

 

Os excedentes de consultas para a especialidade e outras oferecidas pela unidade de saúde da rede municipal serão encaminhadas para serem atendidas nesta semana.

 

“As equipes da Prefeitura de São Luís estão levando conscientização e oferecendo serviços de saúde para as mulheres. Sabemos o quanto é necessário investir nos cuidados e na prevenção à saúde”, disse o secretário Municipal de Saúde, Lula Fylho.

 

O mês de março é marcado pela campanha que alerta para a prevenção do Câncer do Colo de Útero. Segundo o INCA, aproximadamente uma mulher morre a cada 60 minutos de câncer de colo de útero no Brasil: são 16.590 mil novos casos e 8.079 mortes a cada ano.

 

O câncer de colo de útero é o 3º mais comum entre mulheres no Brasil (atrás do câncer de mama e do colorretal) e o 2º mais comum no Maranhão. O câncer de colo uterino é a quarta causa de morte de mulheres no país. Separados por sexo, os tipos mais frequentes nos homens, excluindo-se pele não melanoma, serão próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), estômago (5,9%) e cavidade oral (5,0%).

 

Nas mulheres, também sem contar o não melanoma, os mais incidentes serão os de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%).

 

Neoplasia intraepitelial cervical

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), o câncer de colo do útero tem início com alterações na região cervical chamadas de neoplasia intraepitelial cervical (NIC).

 

Essa neoplasia no útero tem como característica um desenvolvimento lento, que sofre interferências da angiogênese do colo do útero (quando as células tumorais estimulam a formação dos novos vasos sanguíneos necessários para o fornecimento dos nutrientes essenciais para seu crescimento acelerado).

 

Prevenção e tratamento

A vacinação contra o HPV é uma forma de evitar o contágio e, desde 2014, a vacina tetravalente é oferecida para meninas de 9 a 13 anos.

 

A partir de 2017, o Ministério da Saúde estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A prevenção da doença também passa pelo o uso de preservativos, uma vez que a principal forma de contágio está na infecção do Papilomavírus Humano (HPV), advindo das relações sexuais.

 

O câncer de colo do útero pode ser dos seguintes tipos: carcinoma de células escamosas, que representa 70 a 80% dos casos; adenocarcinoma, de células pequenas e o sarcoma uterino, que é um tumor formado a partir de músculos, gorduras e tecidos fibrosos. Esse tipo de câncer uterino geralmente é descoberto quando já está em um estágio avançado.

 

A realização de exames preventivos, como o Papanicolau, aumenta as chances de um diagnóstico precoce e de cura. A colposcopia e a biópsia são exames que também podem ser realizados para o diagnóstico.

 

Para o tratamento do câncer de colo do útero podem ser realizados três tipos de procedimentos: cirurgia (tais como a criocirurgia, cirurgia a laser, conização, histerectomia, traquelectomia, extração pélvica ou dissecção dos linfonodos pélvicos), quimioterapia e radioterapia. A vacinação preventiva está disponível para a população pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos.

 

O câncer de colo de útero tem quase 100% de prevenção com vacinação, diagnóstico e tratamento.

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