A Delta Airlines anunciou em 14 de fevereiro que pretende se tornar uma empresa de carbono neutro, que compensa os gases emitidos na sua operação. Pelos próximos 10 anos, a companhia aérea vai investir US$ 1 bilhão para reduzir a emissão de substâncias que contribuem para o aquecimento global e financiar projetos de compensação de carbono.
É a primeira companhia aérea americana de grande porte que adota a medida. Até então, apenas a JetBlue, que oferece viagens de baixo custo nos EUA, havia anunciado em 2019 que faria alterações desse tipo na operação.
Esses compromissos atendem a demandas civis que vêm ganhando espaço desde 2017, ano em que um movimento de boicote ao transporte aéreo ganhou força na Suécia, país da ativista ambiental Greta Thunberg. A jovem chama atenção por fazer viagens intercontinentais em um veleiro. O país escandinavo registrou uma redução de 4% no tráfego aéreo entre 2017 e 2018.
Segundo a Associação de Transporte Aéreo Internacional, os 4,4 bilhões de passageiros que voaram no mundo todo em 2018 representam um número 300% maior do que o registrado em 1990. Se a tendência continuar, até 2050, as estimativas apontam que as emissões de CO2 (gás carbônico) por tráfego aéreo podem triplicar.
2,4% de todas as emissões de CO2 anuais no mundo vêm da aviação comercial. De 2014 a 2018, as emissões do gás pelo setor cresceram 32%
O jornal The Guardian calculou que uma viagem de ida e volta de Londres a Nova York emite a mesma quantidade de CO2 que uma pessoa geraria ao longo de um ano, em 56 países. Essa rota tem mais de 14 mil voos diretos por ano.
“Se a aviação civil internacional fosse um país, já estaria entre os 10 maiores emissores do planeta”
FONTE: MIKE BLAKE/REUTER