Reeducandas acreditam no artesanato como forma de superar o cárcere e ressocializar
Política
Publicado em 18/01/2020

Oficina de artesanato desenvolvida com mulheres privadas de liberdade promove ocupação, profissionalização, terapia, saúde e esperança de uma vida nova.

 

Reeducandas da Unidade Prisional Feminina de Palmas (UPF Palmas) estão participando de curso de artesanato na arte de biscuit ministrada por voluntários da Universal nos Presídios. A oficina tem a finalidade de promover ocupação enquanto elas estão vivendo no cárcere, desenvolver habilidades para a profissionalização e evangelizar com foco no retorno dessas mulheres a sociedade.

 

As oficinas acontecem na sala de aula da unidade com a participação de seis mulheres privadas de liberdade, para elas aquele é um momento de estar em um ambiente diferente da carceragem, de se distrair com uma atividade, produzir peças bonitas e de conversar com os voluntários sobre artesanato e religião.

 

“Participar desse tipo de atividade é uma grande oportunidade de aprender coisas novas, de socializar com as colegas em um ambiente diferente da carceragem e de se relacionar com outras pessoas que nem sabiam que a gente [sic] existia, mas que se importam com a gente [sic] e que veem mostrar que a vida para nós não acabou e que podemos ter uma vida nova”, enfatizou a reeducanda P. F., 30 anos.

 

A diretora da UPF Palmas, Cristiane Oliveira, explicou que a seleção das reeducandas para participar da oficina foi feita observando a disposição delas em aprender a técnica, o interesse em desenvolver o artesanato e também se há habilidades pré-existentes, além do que a disponibilidade em repassar o que foi aprendido para as demais mulheres encarceradas.

 

A diretora afirma que a realização desse tipo de atividade melhora o ambiente prisional. “As ações de aprendizagem amenizam a ociosidade e funcionam como terapia, contribuindo para diminuir o adoecimento no ambiente carcerário”, ressaltou.

 

Como produto final dos três dias da oficina de técnica de artesanato em biscuit, as reeducandas terão confeccionado um topo de bolo com o tema Alice no País da Maravilhas. Atentas as instruções, elas se mostram habilidosas e interessadas no que está sendo repassado pelos voluntários e ficam entusiasmadas ao ver suas peças tomando forma e beleza.

 

O coordenador do projeto Universal nos Presídios no Tocantins, pastor Cristiano Satilla, acompanhado da missionária Ana Paula e da voluntária e artesã Diane Lopes da Silva, contou que além de trabalhar com as pessoas privadas de liberdade também promove ações com os familiares e que são ao todo 300 pessoas envolvidas no projeto, sendo 126 voluntários cadastrados para adentrar nas unidades prisionais e mais 174 membros da igreja que de forma indireta contribuem para a realização do projeto.

 

“O projeto Universal nos Presídios é um desejo do nosso bispo Edir Macedo para que trabalhemos com a ressocialização através da evangelização, de ações sociais e de profissionalização. Desenvolvemos esse tipo de ação em todas as unidades prisionais do Estado, para a UPF de Palmas pretendemos realizar ainda este ano cursos de manicure, corte de cabelo, designer de sobrancelha, confeitaria e muitos outros”, destacou o pastor.

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