Contando com investimentos de R$ 2 milhões, fruto de parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), e o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o Tocantins conta a partir dessa quarta-feira, 13 com o Laboratório de Genética Forense, órgão ligado ao Instituto de Criminalística, da Superintendência de Polícia Científica.
Com a entrega do Laboratório de Genética Forense, o Tocantins deixará de depender de demais unidades de análise em outros estados para realização de exames genéticos nos materiais biológicos oriundos de locais de crime, tanto para a identificação de possíveis autores quanto para a identificação de vítimas não identificadas por outros meios da medicina legal.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Cristiano Sampaio, ressaltou o quanto o laboratório de genética forense é determinante para a confiabilidade dos trabalhos realizados. “O laboratório melhora não só a eficiência da investigação, mas serve para responsabilizar criminosos e também para inocentar suspeitos. Esse é o papel da polícia, investigar e responsabilizar quem tem que ser responsabilizado”, ressaltou.
A superintendente de Polícia Científica da SSP, Nelsiane Martins Parente, destacou que uma nova era se inicia, que a inauguração do Laboratório de Genética é a efetivação de um sonho para todos que trabalharam arduamente. “O laboratório possui equipamentos de excelência para os resultados de DNA”. Ela reconheceu ainda o trabalho excepcional dos peritos e todos os profissionais envolvidos.
A diretora de Perícia Criminal da SSP, Dunya Wieczorek Spricigo de Lima, falou dos anos de trabalho que a Polícia Científica levou para estruturar os laboratórios, lembrou de todas as pessoas que contribuíram para que isso se tornasse realidade hoje.
Exames
Os exames de DNA são empregados na identificação de suspeitos em casos de violência (estupros, atentado violento ao pudor, ato libidinoso) sexual; identificação de cadáveres carbonizados ou em decomposição; identificação de corpos mutilados; identificação de peças ósseas e órgãos humanos e investigação de paternidade.
A estrutura conta com equipamentos como um extrator de DNA, um amplificador de DNA, dois analisadores genéticos, um quantificador de DNA, um picotador e pipetador automático, equipamentos indispensáveis para realização de exames complexos de identificação por DNA.
Banco de perfis genéticos
Representando o Governo Federal, o coordenador da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, Guilherme Jacques, reiterou que a preocupação do governo federal é fortalecer e equipar a segurança pública em todos os estados da federação, e que vem conseguindo. Destacou que este é o 27° laboratório de DNA inaugurado no país. Ainda segundo ele, existem pessoas condenadas por crimes que não cometeu, condenadas por provas frágeis como um reconhecimento equivocado, procedimentos que não têm bons embasamentos.
O coordenador destacou que o Governo Federal tem modernizado as investigações. “Foram criados projetos de fortalecimento da rede integrada de perfis genéticos que tem como objetivo cadastrar todos os criminosos que cometeram crimes graves e hediondos e processar tudo que tem de pendentes em laboratórios e IML’s do Brasil.
Atualmente, o Tocantins já alimenta o banco de dados nacional com perfis coletados no Estado, que poderão ser confrontados com perfis oriundos de locais de crime ou de vítimas. Outro serviço prestado pelo laboratório de genética forense, além da parte criminal, é o arquivamento de perfis de cadáveres de identidade desconhecida, a fim de que sejam realizados confronto e identificação quando houver reclamação de desaparecimento por parte de familiares.
Participaram do evento de inauguração do laboratório a delegada-geral da Polícia Civil, Raimunda Bezerra; a diretora de Polícia da Capital, Lucélia Marques; a deputada estadual Luana Ribeiro; a diretora do Instituto Médico Legal, Georgiana Ferreira Ramos; o tenente-coronel da Polícia Militar, Ricardo Borges Ferrão, representando o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jaizon Veras; a chefe da Polícia Científica da Polícia Federal, Camila Silva, e demais autoridades.