Doze estados já integram protocolo Nacional de Abordagem ao Suicídio
Política
Publicado em 13/11/2019

Bombeiros de todo o país reunidos em São Luís participaram nesta quarta-feira (13), no Multicenter Sebrae, do lançamento do Protocolo Nacional de Abordagem Técnica a Tentativa de Suicídio, apresentado durante o Seminário Nacional dos Bombeiros (Senabom). A intenção do Protocolo é auxiliar o trabalho de salvamento feito por profissionais do Corpo de Bombeiros a quem tenta tirar a própria vida.

O protocolo foi apresentado pelo major Diógenes Martins Munhoz, do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo, que integra a Comissão Nacional de Abordagem Técnica do Suicídio. Atualmente o Maranhão já adota esse protocolo junto com outros onze estados da federação, utilizando técnicas diversas de psicologia no atendimento durante os salvamentos.

“A preocupação com a saúde mental e com esse tipo de ocorrência precisa ser uniformizada em todo o Brasil. A sugestão desse protocolo, que está sendo lançado aqui no Senabom, é fazer que haja uma padronização de conhecimento. Desde estados mais populosos aos menos populosos, todos devem ter o mesmo conceito e, principalmente, o mesmo respeito para com essas pessoas que tendem ao suicídio”, frisou o major Diógenes Munhoz.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 12 mil pessoas tiram a própria vida anualmente no Brasil. As estatísticas também apontam que, para cada pessoa que comete o suicídio, outras vinte tentam praticar o ato. A proposta do Protocolo Nacional é focar na humanização da vítima, ajudando a equipe de emergência durante o atendimento.

A proposta para criação do Protocolo surgiu em janeiro deste ano para integrar os poderes públicos e a sociedade civil organizada na busca pela redução deste tipo de evento. Entidades como o SAMU já integram a proposta.

“Sabemos que a padronização é uma dificuldade. É natural que, ao chegar a um estado, haja uma distorção do conceito. Mas queremos que naturalmente todos os estados que aderirem a esse protocolo se mantenham fiéis a ele, lembrando que essa adesão não é obrigatória, é uma sugestão”, observou.

Prevenção entre os militares

Durante o Senabom também foram debatidas alternativas para ampliar a prevenção ao suicídio entre militares. De acordo com levantamento do Anuário da Segurança Pública – 2018, divulgado em setembro deste ano, em todo o país, 104 militares cometeram suicídio. No Maranhão, entre os anos de 2016 e 2019, oito militares tiraram a própria vida.

Neste enfrentamento, a Polícia Militar vem atuando com trabalhos de prevenção. “Nas entidades que congregam militares, a importância começa com a sensibilização e o apoio do comandante. E isso felizmente temos aqui. Já fazemos atualmente um trabalho itinerante na capital e em alguns municípios do interior para incentivar a conscientização sobre essa realidade”, observou a Tenente Coronel Cristiane Castro Luna, que fez um relato da experiência do Programa de Prevenção ao Suicídio Policial da Polícia Militar do Maranhão.

Para o major Diógenes Martins Munhoz, é necessário superar o preconceito: “Infelizmente um policial ou bombeiro tem quase três vezes mais chances de tentar o suicídio quando comparado com um membro da sociedade que não é esse profissional. Um dos motivos é a obrigação do policial e do bombeiro de ser sempre forte. Nós podemos cair como qualquer outra pessoa. Cair faz parte do processo e o levantar também. Precisamos entender isso e deixar de lado o preconceito com a saúde mental”

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