Projeto de combate à corrução é desenvolvido há quatro anos em escolas da rede pública
O Ministério Público do Maranhão premiou os ganhadores do projeto “Ler, escrever e pensar: conscientizar para transformar” nos municípios de Estreito e João Lisboa, nesta quinta e sexta-feira, 7 e 8 de novembro. De autoria da titular da 2ª Promotoria de Justiça de João Lisboa, Maria José Lopes Corrêa, o projeto tem por objetivo estimular a leitura e produção textual de estudantes da rede pública acerca da corrupção no Brasil.
Em Estreito, a solenidade foi realizada no auditório do Sindicato dos Servidores da Educação (Sinsemen), na parte da tarde. Em João Lisboa, o evento foi sediado na Quadra de Esportes Nicolau Dino, durante a manhã. Com a participação de diversos estudantes da rede pública, ambas as premiações contaram com a presença de autoridades do Poder Público municipal, estadual, além de professores e gestores da educação. Também esteve presente o titular da 1ª Promotoria de Justiça de João Lisboa, Fábio Henrique Meirelles Mendes.
A promotora de justiça de João Lisboa Maria José Lopes Corrêa ressaltou que o projeto é uma iniciativa pioneira do Ministério Público que busca agregar à luta contra a corrupção, a fiscalização da gestão pública e a adoção de condutas éticas pelo cidadão no cotidiano. O projeto já recebeu vários prêmios, inclusive em nível nacional. “É uma conscientização que passa pela educação dos filhos, priorizando o interesse público na tomada de decisões do dia a dia”, comentou.
A coordenadora do projeto em Estreito, promotora de justiça Rita de Cássia Pereira de Souza, disse que abraçá-lo é assegurar um futuro melhor. Por isso, pediu uma salva de palmas para alunos e professores envolvidos, por todos os trabalhos realizados em 2019. “Esse projeto nos traz a esperança de estarmos formando cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres. É a terceira edição dele aqui na comarca e já conseguiu sair de dentro das escolas para o seio da sociedade. Isso é muito gratificante”, avaliou a promotora.
Representando o procurador-geral de justiça, o diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais, Marco Antonio Santos Amorim, destacou que o projeto já está sendo desenvolvido em mais de 32 municípios do Maranhão e implantado em outros estados do país, como Tocantins, Pará e Piauí.
Em seu discurso, incentivou os alunos a agirem corretamente. “Vocês só vão alcançar os sonhos se tiverem uma postura ética, íntegra. Se não depredarem a escola, porque nela está o nosso dinheiro, o dinheiro do pai de vocês. Porque a cada item comprado, impostos voltam para o município para serem revertidos em saúde, educação e saneamento básico. Aquilo que é público, é nosso. Vocês terminarão os estudos e outros virão”.
PROJETO
Realizada desde 2016, a campanha promove um concurso de redação entre os alunos da rede pública a respeito do tema, tendo como referência uma obra literária. As escolas participantes selecionam a melhor redação de cada série (9º ano do ensino fundamental e 1º, 2º e 3º do ensino médio), que, depois, são avaliadas pela Academia Imperatrizense de Letras.
Este ano, o livro escolhido foi: “O Jeitinho Brasileiro”, de Lívia Barbosa. Também fica a critério das escolas realizar atividades, além da produção textual para estimular a criatividade e a discussão da temática.
Ao final do projeto, são escolhidos seis ganhadores em cada município: três do 9ª ano do Ensino Fundamental e três do Ensino Médio. Os prêmios são um notebook, um tablet e um smartphone para o primeiro, segundo e terceiro lugar de cada categoria, respectivamente.
Há, ainda, as categorias Escola Campeã, que recebe o prêmio por ter o vencedor do 1° lugar, e Escola Nota 10, que é a unidade com o melhor envolvimento e desempenho na execução do projeto.
ESTREITO
Em Estreito, o concurso do ensino fundamental foi destinado aos alunos do 8º ano por conta de outras atividades que os alunos do 9º ano já estavam envolvidos. O primeiro, segundo e terceiro lugar ficaram com Júlia Andressa Pereira Queiroz, da Unidade Integrada João Castelo, Lara Jordana dos Santos Rodrigues, da Unidade Integrada Luís de Oliveira, e Malton Marinho de Almeida, também da Unidade Integrada Luís de Oliveira.
Dos alunos que concorreram pelo ensino médio no município, ganharam Mylena de Brito, do 1º Ano do Centro de Ensino Frei Gil, Milena Santos Sassi, do 3º ano do Centro de Ensino Professor João Pereira Martins Neto, e Anya Sandoval Kudo, do 2º ano do Centro de Ensino Frei Gil.
O prêmio de escola campeã pelo nível fundamental foi para Unidade Integrada João Castelo e o de Escola Nota 10 foi para a Unidade Integrada Luís Oliveira, que também ganhou a premiação da Melhor Torcida.
Pelo ensino médio, as premiações de Escola Nota 10 e Escola Campeã foram para o Centro de Ensino João Martins e Centro de Ensino Frei Gil, respectivamente.
JOÃO LISBOA
Em João Lisboa, as meninas tomaram conta do pódio. As alunas que conquistaram os três primeiros pelo 9º ano naquele município foram Maria Eduarda Silva Monteiro, da Unidade Escolar Tiradentes; Gabrielly Sousa Gomes, da Unidade Escolar Roseli Nunes; Daiane Lima de Araújo, da Unidade Escolar Desembargador Nicolau Dino.
Pelo ensino médio, as ganhadoras foram Ana Lara Ribeiro Costa, do 3º ano do Centro de Ensino Rio Amazonas; Helena Alves Sousa Silva, do 2º ano do Centro de Ensino Henrique de La Roque; Josilene Batista Silva, do 1º ano do Centro de Ensino Henrique de La Roque.
Como Escola Campeã pelo município de João Lisboa receberam as premiações a Unidade Escolar Tiradentes e o Centro de Ensino Rio Amazonas. As escolas Nota 10 foram o Centro de Ensino Henrique de La Roque e a Unidade Escolar Tancredo Neves.
Maria Eduarda, que conquistou o primeiro lugar pelo 9º ano em João Lisboa, disse estar muito feliz com a premiação. Ganhadora de um notebook, ela revela que não possuía computador na casa onde mora com a tia.
Aluna da Unidade Escolar Tiradentes, Maria Eduarda afirmou que o “Ler, escrever e pensar” a ajudou a mudar sua vida. “Eu não esperava ganhar esse prêmio. É muito legal saber que o esforço valeu a pena. Eu gosto muito de escrever. E esse projeto mostrou como que o jeitinho não é a maneira certa de fazermos as coisas”, acrescentou a estudante.
Fonte e fotos: Iane Carolina (CCOM MPMA)