O réu Marcos Fortes, e as vítimas do duplo homicídio: Helioene de Andrade e o filho dela, Flávio Henrique de Andrade
Por Mikaela Ramos (MN)
No dia 3 de maio, o réu Marcos Fortes invadiu a casa da ex-mulher Helioene de Andrade e a esfaqueou, atirou nela e incendiou o corpo dela. O filho da vítima morreu dias depois no HUT
Uma reviravolta atrasou a soltura do réu Marcos Fortes de Sousa, acusado de matar a ex-mulher Helioene de Andrade de Pinheiro e o enteado Flávio Henrique de Andrade Pereira e depois incendiar a casa das vítimas em Altos, no mês de maio deste ano.
O Tribunal de Justiça do Piauí converteu a prisão preventiva dele em prisão domiciliar, porém, todos os familiares negaram abrigo ao acusado, que permanece detido na Penitenciária Humberto Reis da Silveira.
O alvará de soltura foi expedido em 13 de setembro, e no dia 20 do mesmo mês, o gerente da penitenciária encaminhou ofício para a Justiça informando sobre a impossibilidade do cumprimento do alvará de soltura.
"Informamos que a Equipe Multidisciplinar desta penitenciária (serviço social e psicologia), não encontrou abrigo que o acolhesse e todos os familiares de Altos, Campo Maior e José de Freitas rejeitaram recebê-lo. A mãe biológica do interno foi contada pela penitenciária e informou que mora no Estado do Rio de Janeiro, e que não tem interesse em abrigá-lo. O pai adotivo, de 82 anos, que reside na cidade de Altos, também recusa recebê-lo em casa, temendo represália da família das vítimas e da população", consta no ofício.
MOTIVO DA SOLTURA
Segundo laudo médico, Marcos está com sequelas das queimaduras, como dificuldades de locomoção, precisa usar cadeira de rodas e sofre de hipoacusia bilateral. A Justiça concedeu a soltura para ele por conta do estado de saúde debilitado e pela falta de condições adequadas de tratamento ofertadas dentro das penitenciárias piauienses.
E AGORA?
O gerente da unidade prisional solicitou providências da Defensoria Pública para que Marcos Fortes seja recebido em algum abrigo voluntário.
"Cumpre ressaltar que o estado de saúde do interno ainda inspira cuidados e acompanhamento de terceiros para ajudar nas necessidades diárias", evidencia o gerente da unidade prisional no ofício.
RELEMBRE O CASO
No dia 3 de maio, Marcos Fortes invadiu a casa de Helioene armado com uma pistola, um punhal e uma garrafa de gasolina. Ele se direcionou ao quarto dela onde a esfaqueou, derramou gasolina no corpo dela, arrastou a mulher pelo chão e atirou várias vezes contra ela, que morreu no local.
Depois, ele colocou fogo na residência onde estava Flávio Henrique de Andrade Pereira, filho de 13 anos de Helioene, assim como a mãe e a irmã da vítima. Todos sofreram graves queimaduras. O filho de Helioene morreu dias depois no HUT. Enquanto os outros sobreviveram, mas com severas sequelas.
O delegado André Moreno, que investigou o caso, detalhou o crime.
"A dinâmica se deu após o indivíduo não se conformar com o término do relacionamento. Ele invadiu a casa da ex-companheira, munido de gasolina, arma de fogo, faca e atentou contra a vida dela. Segundo as nossas investigações, ele teria colocado fogo na companheira, logo que chegou, e depois efetuado disparos de arma de fogo e facadas, uma delas no pescoço, que veio realmente a levar a óbito a vítima.
Não contente com isso, ele também teria jogado gasolina contra as outras duas mulheres que estavam na casa, a mãe e irmã da vítima, o fogo se alastrou, elas ficaram queimadas, foram levadas ao hospital. Havia também um adolescente de 13 anos e infelizmente ele não resistiu aos ferimentos das queimaduras e veio a óbito", disse André Moreno.
Réu na justiça
Marcos Fortes é réu na Justiça por feminicídio contra Helioene de Andrade, feminicídio tentado contra a mãe e a irmã de Helioene, e homicídio qualificado contra o filho da vítima.