Maranhenses são resgatados de carvoaria em situação análoga à escravidão, no Pará
Policial
Publicado em 20/09/2024

Maranhenses são resgatados de carvoaria em situação análoga à escravidão, no Pará. (Foto: Divulgação)

Com informações do g1

Os trabalhadores maranhenses foram encontrados alojados em barracões de lonas, bebiam água de córrego, não tinham banheiros, nem equipamentos de segurança

Uma operação federal resgatou oito trabalhadores, sete homens e uma mulher, que estavam em condições análogas à escravidão em uma carvoaria localizada no município de Dom Eliseu, no nordeste do Pará. O resgate foi divulgado na quarta-feira (18) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que atuou no caso junto com o Ministério do Trabalho e Emprego, a Defensoria Pública da União (DPU), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), após denúncias.

 

Os trabalhadores, todos oriundos do estado do Maranhão, foram encontrados em situação degradante. Eles dormiam em barracos de madeira cobertos por lona e consumiam água de um córrego, que era filtrada ou utilizada diretamente de uma caixa d'água. Não havia banheiros no local, e as condições de higiene eram extremamente precárias.

 

Segundo o MPT, a fiscalização constatou que os trabalhadores enfrentavam jornadas excessivas, especialmente os carbonizadores, e não utilizavam equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e máscaras, mesmo lidando com a manipulação de madeira e a intensa fumaça dos fornos. Além disso, eles não possuíam carteira de trabalho assinada, o que os impedia de ter acesso a direitos básicos, como depósitos fundiários, 13º salário, férias e exames médicos.

 

O procurador do trabalho Maurel Selares informou que os oito trabalhadores receberam parte das verbas rescisórias e tiveram acesso ao seguro-desemprego. "Serão ajuizadas reclamações trabalhistas pela DPU e MPT para a obtenção das demais verbas dos trabalhadores. Não houve assinatura de termo de ajuste de conduta pelo empregador", afirmou.

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