O MPMA instaurou inquérito civil para apurar as condições de acessibilidade da edificação
Kailane Nunes (imirante)
O Ministério Público do Maranhão (MPMA) abriu uma Ação Civil Pública contra o Estado solicitando adaptações no quartel do 26º Batalhão da Polícia Militar, em Açailândia. A ação visa melhorar as condições de acessibilidade para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida.
Em respostas ao pedido, o comandante do Batalhão, major Robert Lima, assumiu que o acesso no prédio estava desgastado, mas que seria providenciada nova sinalização em breve.
Devido à insuficiência das informações fornecidas, o MPMA também solicitou realização de visita técnica de profissional de Engenharia para inspecionar as condições de acessibilidade no quartel.
Durante a inspeção, realizada em fevereiro de 2023, foram constatadas diversas barreiras à acessibilidade, na entrada de pedestres, no estacionamento, na área interna e nos banheiros.
Foram encontrados problemas como desníveis de piso, falta de sinalização tátil ou sinalização inadequada, rampas de acesso sem equipamentos de segurança e com inclinações superiores ao permitido.
Especificamente no estacionamento, foram constatadas ausência de vagas reservadas para gestantes e pessoas idosas e número insuficiente de vagas para pessoas com deficiência. As sinalizações não seguem o que determina o Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Já na área interna, pessoas em cadeiras de rodas não conseguem avançar sobre o balcão e as mesas de atendimento.
Entre outros problemas, o sanitário público tem lavatórios com dimensões e torneiras inadequadas, bacia sanitária com altura inadequada, ausências de barras de apoios, alarme de emergência e acessórios como cabide e porta-objetos.
Já o sanitário destinado ao uso dos militares não atende aos conceitos de acessibilidade quanto às dimensões dos boxes, posicionamento e características das peças, acessórios, barras de apoio, comandos e características de pisos e desnível.
RECOMENDAÇÃO
Anteriormente, o MPMA expediu Recomendação, solicitando a correção das questões verificadas e indicando as correções a serem adotadas, mas não houve resposta do quartel. O pedido foi reiterado, mas o órgão militar continuou omisso.
“Diante das disposições normativas, além de outras no ordenamento jurídico, é evidente a obrigação de proceder à necessária adaptação no prédio para receber pessoas com deficiência, efetivando, assim, o direito fundamental à acessibilidade a bens e serviços disponíveis”, enfatiza a promotora de justiça, Cristiane dos Santos Donatini.