ARAGUATINS: Parentes do gestor e de membro da comissão entre aprovados levam promotor a pedir suspensão de posse
Política
Publicado em 02/12/2023

Concurso da prefeitura de Araguatins é alvo de ação do promotor Paulo Sérgio por indícios de irregularidades como a presença de filha e neta do prefeito e de irmã de membro da comissão do concurso entre os aprovados

Por Lailton Costa

O promotor de Justiça Paulo Sérgio Ferreira de Almeida entrou com um pedido para que a Justiça suspenda liminarmente  a nomeação e posse dos servidores já efetivados no concurso público realizado este ano no município de Araguatins. Paulo Sérgio Almeida pede também que a Justiça impeça o município de promover novas nomeações e de dar posse aos servidores aprovados.

 

Em ação civil ajuizada nesta sexta-feira, 1º, o promotor afirma que o concurso é ilegal por estar "em total arrepio às normas legais" e "está eivado de vícios e irregularidades, o que compromete a sua validade".  O concurso tem como banca organizadora o  Instituto de Capacitação Assessoria e Pesquisa Ltda. (ICAP).

 

Segundo o processo, consultado, candidatos denunciaram ao órgão em Araguatins que parentes dos membros da comissão do concurso para quadro geral do município e de parentes do prefeito Aquiles da Areia, estão entre os aprovados no concurso público com 146 vagas e cadastro reserva nos níveis fundamental, médio, técnico e superior, com salários entre R$ 1,3 mil e R$ 8 mil.

 

Conforme a ação, uma filha, uma neta do prefeito e uma mulher com quem ele se relaciona amorosamente estão entre as listadas no concurso, como excedente para assistente administrativo, agente comunitário de saúde e enfermeira. Outro caso citado pelo promotor é de uma irmã de um membro de comissão, concursado como professor, aprovada como agente de combate a endemias. Os nomes estão na homologação publicada no dia 25 de outubro no Decreto Municipal de nº 237. 

 

Para o promotor, os vínculos de parentesco da agente de endemias com o membro da comissão "era mais que suficiente para afastá-lo da comissão do concurso, todavia, manteve-se na função".

 

A irmã do membro da comissão foi chamada na quarta-feira, 29,  por edital de convocação para a posse.

 

"Tais fatos privilegiaram alguns administrados em detrimento de outros, fato que fere de morte os princípios da impessoalidade e da isonomia. Consequência, macula o princípio da eficiência e da supremacia do interesse público, pois candidatos eventualmente melhores preparados foram preteridos em razão desta conduta absolutamente incompatível com a seriedade que deve pautar a realização dos concursos públicos", argumenta o promotor.

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