Marido é suspeito de matar esposa dois dias após sair da prisão por ter arremessado celular nela
Política
Publicado em 27/11/2023

Vítiima morta nesta segunda-feira, havia sido agredida pelo marido em outubro (Foto: Divulgação)

Felipe Magalhães, de 26 anos,está preso. Segundo a Polícia Militar, ele não fugiu da casa onde Madalena Marques foi esfaqueada. Na agressão de outubro, vítima optou por não pedir medidas protetivas

Por 'Jornal do Tocantins' (Vida Urbana)

Madalena dos Santos Marques, 50 anos, é mais uma vítima de feminicídio na Capital. Ela morreu no Jardim Aureny III no final da tarde desta segunda-feira, 27, após ter sido golpeada à faca, na altura da cintura e no pescoço.

 

O suspeito é o marido dela, Felipe de Jesus Magalhães, de 26 anos, que estava preso desde outubro deste ano após ter arremessado o celular da vítima na testa. O episódio da agressão o deixou detido na Unidade Penal de Palmas até o domingo, 25, quando ganhou liberdade por ordem judicial. A soltura ocorreu às 7h30.

 

Segundo informações preliminares da Polícia Militar o homicídio da mulher ocorreu durante uma briga de casal na residência. O Serviço de Atendimento Mòvel de Urgência (Samu) socorreu a mulher, que morreu em seguida. Imagens divulgadas nas redes sociais, sugerem ter sido feitas de fora do portão da residência. É possível ver a vítima caída na calçada do imóvel.

 

A Polícia Militar informou ainda que o marido não fugiu e permaneceu no local, onde acabou preso e autuado em flagrante. Os policiais o levaram para a 2ª Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (2ª Deam) em Taquaralto).

 

Agressão de outubro

Felipe responde a uma ação criminal por lesão corporal cometida contra a vítima. Segundo a denúncia do promotor Konrad Cesar Resende Wimmer, no dia 5 de outubro deste ano, por volta das 3h40 na residência do casal. O promtor afirma que após ingerir bebida alcoólica, sem motivo aparente, Felipe Magalhães arremessou um celular na testa da vítima e causou um corte. A mulher chamou um veículo de aplicativo. O motorista se recusou a transportar a mulher, por estar ensanguentada, mas acionou a polícia.

 

Os policiais levaram os dois para a Central de Atendimento à Mulher e houve a formalização da prisão em flagrante do marido. Segundo o promotor, a vítima manifestou não ter interesse em medidas protetivas de urgência.

 

A decisão de soltura dele partiu do juiz da Vara de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Antiógenes Ferreira de Souza. Durante audiência, no dia 24 deste mês, o juiz atendeu pedido do defensor público Luis Gustavo Caumo, feito no dia 17, e soltou Felipe Magalhães.

 

No pedido de soltura, o defensor discordou da acusação ministerial por ser "incompatível com a realidade fática e injusta" ao marido. Segundo o defensor, durante a instrução processual ele iria provar que o cliente não praticou os fatos denunciados.

 

A reportagem não conseguiu contato com o defensor público após o feminicídio.

 

Na soltura, o juiz impôs como medidas a obrigação de informar o endereço, comparecer quando convocado pela Justiça e também participar de grupos de apoio do Tribunal de Justiça voltado a agressores.

 

18ª vítima no Estado

De acordo com as estatísticas da Secretaria da Segurança Pública, houve 17 feminicídios no Estado entre 1º de janeiro e 26 de novembro.

 

Conforme os dados, nove dos assassinatos tiveram como natureza criminal a condição feminina, outros 4 envolveram violência doméstica e dois com arma de fogo. Houve mais um contra pessoa acima de 60 anos e outro na presença de descendente.

 

Quanto ao município do crime, Porto Nacional registra três vítimas, Araguaína, Colinas e Palmas duas, e, com uma vítima, Abreulândia, Gurupi, Lagoa do Tocantins, Palmeirópolis, Peixe, Ponte Alta do Tocantins, Praia Norte e Xambioá.

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