Polícia Federal mira em organização criminosa por extrair ouro de reservas indígenas
Policial
Publicado em 22/06/2023

Dezessete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara de Gurupi são cumpridos em três estados; operação investiga se ouro extraído ilegalmente vinha sendo “esquentado”, mediante documentos ideologicamente falsos

 

A Polícia Federal (PF) deflagrou a “Operação Bullion” nesta quinta-feira, 22, e cumpre dezessete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara Única da Justiça Federal Subseção Judiciária de Gurupi, em Goiânia (GO), São Paulo (SP) e em cinco municípios do Pará, para identificar atuação de organização criminosa dedicada à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação.

 

Segundo a PF, a polícia investiga se o ouro extraído ilegalmente de reservas indígenas e unidades de conservação federal vinha sendo “esquentado”, mediante documentos ideologicamente falsos, nos quais o grupo declarava origem diversa da real, como se o metal tivesse sido extraído de área autorizada.

 

Entre os principais suspeitos e indiciados, a PF identificou garimpeiros ilegais, compradores de ouro, “laranjas”, e indivíduos que assumiram empresas do grupo criminoso ou receberam recursos milionários, além de outros que de alguma forma participaram de crimes no interesse do grupo.

 

O ouro extraído ilegalmente no Pará, em grandes garimpos do grupo criminoso na divisa com a Terra Indígena Kayapó, em Bannach (PA), estava sendo exportado para empresas dos EUA, Emirados Árabes e Itália.

 

Ainda de acordo com a Polícia Federal, o inquérito policial a que se refere operação é um desdobramento da Operação Kukuanaland, deflagrada em fevereiro deste ano.

 

Durante o inquérito, a PF identificou a possível existência de grupo criminoso, no qual o modo de agir passa pelas atividades ilegais de extração do minério de áreas proibidas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e subsequentes transporte, comercialização e exportação do ouro ilegal.

 

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes contra a ordem econômica: usurpação; pesquisa/lavra/extração de recursos minerais sem autorização/permissão/concessão ou licença; lavagem de bens, dinheiro e ativos; falsidade ideológica e pertencimento a organização criminosa, na quais as penas somadas, podem chegar a vinte e nove anos de prisão.

 

A partir das medidas judiciais executadas nesta quinta-feira, a PF quer identificar os principais colaboradores e integrantes da organização criminosa, recuperar ativos financeiros para a União e estancar atuação do grupo.

 

O Inquérito Policial a que se refere a “Operação Bullion” é um desdobramento da Operação Kukuanaland, deflagrada em fevereiro deste ano. “Bullion” é o nome que se dá a barras de ouro puro de 1 Kg, e foi escolhido para identificar a operação como alusão ao metal ilegalmente apropriado pela organização criminosa.

PF

Fonte: Jornal do Tocantins

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