Porém, Marinez Morais da Silva segue internada até Caps e Creas providenciarem continuidade do tratamento fora do hospital
O juiz Antônio Dantas de Oliveira Júnior determinou a desinternação de Marinez Morais da Silva, 38 anos, internada de forma compulsória desde o dia 11 de março, depois de ter sido presa por militares durante uma ocorrência de maus-tratos a cães, em Araguaína, no dia 21 de fevereiro.
A decisão de desinternação é do dia 7 de junho e atende ao pedido da Defensoria Pública. O órgão pediu a liberação dela após laudo médico ter constatado, em abril, que a paciente teve o diagnóstico confirmado de esquizofrenia paranóide.
No dia 5 de abril, Marinez recebeu o diagnóstico da doença, caracterizada pela presença de ideias delirantes, sensação de perseguição, alucinações, e perturbações das percepções.
A documentação médica aponta que ela estava medicada, “estável e apta a continuar o seu tratamento em regime ambulatorial” e recebeu alta médica, mas, por estar internada judicialmente, ainda encontra-se no Hospital Regional de Araguaína (HRA).
Para que haja o cumprimento da desinternação, o juiz determinou o acompanhamento do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Centro de Atenção Psicossocial II (Caps). Os serviços devem garantir continuidade do tratamento ambulatorial, mas ainda não houve a intimação das chefias responsáveis pelos serviços, e nem da direção do hospital, “para que providenciem a articulação necessária e se garanta a continuidade do tratamento da paciente” fora do hospital.
“Embora se tenha notícia do uso de substâncias, diante do diagnóstico de esquizofrenia paranoide, a atuação do CAPS II mostra-se em princípio pertinente. Caso, os profissionais entendam e deliberem pela atuação conjunta/exclusiva do CAPS AD, deverão atuar em rede, a fim de que a usuária não reste desassistida durante a transição/cooperação entre órgãos”, determina o juiz.
Ao ser presa, em fevereiro, em uma residência abandonada - que dias depois seria demolida pelo dono-, Marinez estava com couros de cães esticados, secando ao sol em varais improvisados, e alguns cães que com sinais de desnutrição, sem ração ou água.
A justiça a liberou no dia seguinte com a determinação para que ela se apresentasse na rede de atenção psicossocial para ser atendida, decisão que ela descumpriu. Ela também recusou atendimento especializado do Caps, quando profissionais da instituição a localizaram nas ruas de Araguaína, o que motivou sua internação compulsória.
Do AFnoticias