Governo cria comissão técnica para filtrar pacientes de média e alta complexidade nas UPAs
Política
Publicado em 17/05/2023

Estado também anunciou doação de área para construção do Hospital Municipal de Palmas

 

O governo do Tocantins decidiu criar uma comissão técnica para atuar diretamente nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Palmas e garantir que pacientes encaminhados ao Hospital Geral de Palmas (HGP) sejam de média e alta complexidade. A medida é devido ao alto índice de pacientes que morreram à espera de vaga no hospital.

 

O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) se reuniu na terça-feira, 16, com o secretário de Estado da Saúde, Afonso Piva, e a equipe de regulação do HGP para tratar sobre a criação da comissão.

 

Na reunião ficou decidido ainda que o governo irá disponibilizar uma área para construção do Hospital Municipal de Palmas. A área destinada é de 24 mil m², na Quadra 1.301 Sul, nas proximidades do Hospital de Amor e do novo Hospital da Mulher e Maternidade Dona Regina.

 

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (Semus) informou que não foi chamada para a reunião e não participou das decisões tomadas pelo governo estadual.

 

Em relação ao terreno, a pasta destacou que está em tratativa com o governo desde 2021 para construção do Hospital Municipal de Palmas. “A Semus já tem um estudo de projeto para implantação da obra e aguarda liberação da área para dar andamento nas próximas etapas”, finalizou.

 

Entenda

Um levantamento realizado pela direção das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aponta que 41 pessoas morreram entre o dia 25 maio do ano passado e o dia 12 deste mês, enquanto aguardavam transferência para o Hospital Geral de Palmas (HGP).

 

Os dados apontam espera de mais 50 horas pela remoção antes da morte de pacientes.

 

Há casos de pacientes que agonizaram mais de 72 horas à espera de um leito até morrer. É o caso de F.S.D.O. de Palmas, que estava internada na UPA SUl. Ela teve o pedido inserido no Sistema de Regulação Estadual (SER) no dia 13 de setembro do ano passado, às 20h48. Esperou, em vão, por três dias. Morreu no dia 16 de setembro de 2022, às 20h50.

 

Tempo de agonia:

72h e 2 minutos. Pela norma, o prazo máximo para um paciente ficar internado em uma é de 24 horas. Ou seja, um dia. O local é de atendimento emergencial e não há estrutura para casos complexos.

 

Por "Jornal do Tocantins"

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