O médico Erivelton Teixeira Neves, prefeito de Carolina (MA) é acusado de sedar a vítima para o aborto em um motel, auxiliado pelo vereador Lindomar da Silva Nascimento
Fonte: Jornal do Tocantins
justiça do Tocantins tornou réus o médico Erivelton Teixeira Neves, atual prefeito de Carolina (MA), pelo Partido Liberal (PL), de 45 anos, e o vereador na mesma cidade, Lindomar da Silva Nascimento (PL), 36 anos por provocarem o aborto sem o consentimento da vítima, em março de 2017, dentro de um motel, em Augustinópolis, extremo norte do estado.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Tocantins , o médico e a vítima mantiveram um relacionamento amoroso, iniciado em 2010 e que durou por três anos consecutivos, até a vítima tomar conhecimento, por meio da esposa de Erivelton, que era casado.
A mulher rompeu o relacionamento e chegou a se casar com outro homem. Em novembro de 2016 o médico e a vítima reataram o relacionamento após a mulher ter se separado do ex-marido, mesmo com o médico seguindo casado, conforme relata o processo.
Cinco meses depois, a mulher descobriu a gravidez e entrou em contato com Erivelton. O médico combinou de encontrar a vítima em março de 2017 para realizar um ultrassom com seus próprios equipamentos.
Os dois foram para um motel em Augustinópolis. No local, o médico pegou uma maleta em que estava o aparelho portátil de ultrassonografia e realizou o procedimento de ultrassom na vítima e confirmou a gravidez. Erivelton disse para a vítima que realizaria uma coleta de sangue para realização de exames necessários. Ele pegou uma bolsa que continha um frasco com um líquido e administrou via intravenosa na vítima.
Para o Ministério Público, era um sedativo. A mulher ficou sob os domínios do médico por volta de 5 horas, prazo, segundo o órgão, usado por ele para realizar o aborto.
Ainda segundo a denúncia, depois do procedimento, o médico levou a mulher para sua residência. De acordo com o documento, mesmo ainda sob efeitos do sedativo, a vítima percebeu a presença de Lindomar Nascimento no carro, que na época era motorista de Erivelton.
Prints de um bate-papo em uma rede social mostram a conversa que a vítima teve com Lindomar horas depois. Ela reclama de sentir dores depois do procedimento: “Como que ele raspou meu útero? Dói demais”. Em outro trecho, ela teme que pudesse não ter sobrevivido. “Eu podia ter morrido naquele motel. Não posso pedir colo nem para meus pais. Não sei como vou explicar para eles que não tem mais neném na minha barriga”.
Ainda na conversa, Lindomar prescreve medicamentos para a vítima. “Eu falei com ele (Erivelton), ele pediu para vc tomar nimesulida 1 comp de 12 em 12hs".
De acordo com o MPTO, Erivelton Teixeira Neves responde uma ação penal sem foro especial por prerrogativa de função, uma vez que o ato teria sido praticado anteriormente à sua posse no cargo.
O caso foi denunciado pelo promotor de justiça Elizon de Sousa Medrado, da 1ª Promotoria de Justiça de Augustinópolis.
A reportagem do "Jornal do Tocantins" não conseguiu contato com os réus, más informou que o espaço está aberto.