Imagens que circulam nas redes sociais mostram um conflito armado entre trabalhadores da empresa Brasil Bio Fuels (BBF) e moradores da região de Tomé-Açu, nordeste do Pará. Um homem que trabalha na BBF foi baleado e teve o corpo incendiado nesta quarta-feira (28/12), na fazenda Nippak, área administrada pela BBF. A empresa liga indígenas da etnia Tembé à confusão, mas eles negam participação.
De acordo com a empresa, o funcionário, identificado como Amilton Santos, foi baleado no tornozelo esquerdo e teve o corpo incendiado. Ele foi encaminhado ao hospital Adventista de Belém, na capital do estado, e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com 60% do corpo queimado.
A organização afirma que os conflitos tiveram início na noite de terça-feira (27/12), após a suposta invasão da fazenda por 20 homens.
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Veja no link acima as imagens do conflito
"Um funcionário da empresa BBF foi agredido, tomou um tiro no pé e, ao cair no chão, teve o corpo queimado pelos invasores – que jogaram combustível e atearam fogo. O trabalhador identificado apenas com as iniciais A.P.S foi socorrido pelos colegas e encaminhado ao hospital de Quatro Bocas, distrito de Tomé-Açu. O homem, de 30 anos, está em estado grave, com 60% do corpo em queimadura de segundo grau e foi transferido de táxi aéreo para o Hospital Adventista de Belém”, informou a empresa.
A BBF atribui a autoria dos ataques a indígenas da etnia Tembé, que vivem na zona rural de Quatro Bocas, próximo a Tomé-Açu. A organização acumula uma série de conflitos contra a comunidade indígena.
Os Tembé negam autoria do crime e, segundo interlocutores da comunidade, o ataque teria sido organizado por moradores da região que também têm histórico de conflitos com a BBF, mas não integram a aldeia indígena.
Em nota, a Associação Indígena Tembé do Vale do Acará (AITVA) informou que a fazenda Nipakk, onde o conflito desta terça ocorreu, fica a mais de 100 quilômetros do território indígena Turé-Mariquita, área de ocupação tradicional do povo Tembé. A comunidade pediu esclarecimento dos fatos para evitar “especulações” e “denúncias caluniosas” contra o grupo.
"Nossa luta é de cunho territorial em defesa do nosso território e não deve ser confundido com outros movimentos, eis que, nos últimos meses, nossas lideranças estão fazendo grande esforço junto ao Ministério Público Agrário, por determinação de um processo judicial, de buscar meios para resolver o conflito com a empresa de maneira consensual e pacífica, e com este esforço tem tentado manter o diálogo”, consta no documento.
O posicionamento também foi assinado pela Associação de Moradores Agricultores Quilombolas da Comunidade Quilombola Nova Betel (AMAQCNB) e pela Associação de Moradores e Agricultores Remanescentes Quilombolas Do Alto Acará (AMARQUALTA).
Reportagem do Portal Metrópoles