Uma mulher acusa um médico psiquiatra de agressão após ter pedido para que ele colocasse máscara de proteção contra a Covid-19 nesta quarta-feira (10), no Centro de Saúde II José F. Rosas, em Piracaia, no interior de São Paulo. As informações são da Ponte Jornalismo.
A professora e tatuadora Lia Costa disse à Ponte que foi até o posto de saúde para acompanhar uma conhecida que desejava conseguir atendimento psiquiátrico para ela e os filhos. Durante a visita ao local, Lia e a família de amigos testemunharam que o médico Eduardo Portieri andava pelo ambiente sem a máscara de proteção.
“Ficamos uma hora esperando e vinha passando por nós um homem de camiseta preta e sem máscara. Ele subia e descia. Era o único sem máscara”, disse Lia. “Quando fomos ser atendidas, ele virou para mim e perguntou quem iria ser atendido. Mostrei a criança e ele disse: ‘Você está me fazendo de palhaço? Eu não atendo criança’. Aí eu falei que podia ter havido um engano, mas que ele podia atender a mãe. Aí ele disse que não era idiota e que não iria atender ninguém. Foi quando falei que ele estava sem máscara dentro do posto”, completou a professora.
Nesse momento, Lia começou a gravar um vídeo em que mostrava ela dizendo que o médico não queria realizar o atendimento e nem usar máscara de proteção. Ele, então, se aproxima dela e diz que vai processá-la caso ela usasse a sua imagem. Neste momento, ele toma o celular de sua mão de maneira agressiva. Em uma segunda filmagem, por outro ângulo, é possível ver o momento em que ele pega o celular da mulher e diz: “Chama a segurança aqui que a mocinha tá muito nervosa”.
Ainda em entrevista à Ponte, Lia diz que ele ameaçou tomar seu celular caso ela continuasse gravando. “Com toda a violência, ele me agrediu, tomou o meu celular e ficou em poder do meu celular por 15 minutos. Ninguém no posto de saúde falou com ele, todo mundo defendeu ele. Torceu meu celular, machucou minha mão e o meu ombro só porque foi gravado sem máscara dentro de um posto de saúde em uma pandemia que morrem por dia 2 mil pessoas e tinha uma criança traumatizada vendo tudo”.
A professora diz que, na Delegacia de Polícia de Piracaia, o médico foi escoltado e teve atendimento especial, mas que ela não teve nenhum atendimento de apoio. “Fiz um boletim de ocorrência e vou ao Ministério Público porque não quiseram me dar medida protetiva. A cidade é pequena, uma pessoa que faz isso é uma pessoa perigosa. Eu também chamei uma viatura, mas a Polícia Militar não me atendeu. Eu corro risco”.
Em nota, a Prefeitura de Piracaia informou que “conforme anunciado em nossas mídias sociais, a administração, vem a público esclarecer que o episódio ocorrido na Unidade de Pronto atendimento, amplamente divulgado nas redes sociais, já está em processo de apuração, visando o devido esclarecimento dos fatos. Desta forma, a partir da conclusão dos procedimentos administrativos adotados, nos manifestaremos oportunamente”.