Mais dois cães são encontrados mortos na UFPA; polícia investiga se houve extermínio
Policial
Publicado em 24/11/2020

 

 

Agora, são 19 cachorros do projeto Peludinhos, da universidade, que se enquadram entre desaparecidos ou mortos durante o período da pandemia

 

 

 

Helena Lopes / Pexels

 

Dois cachorros foram encontrados mortos, ainda sem causa confirmada, nesta segunda-feira (23), dentro do campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. De acordo com a coordenadora do projeto Peludinhos, Elizabete Pires, que ajuda a cuidar dos cães que circulam na universidade, há suspeita de estejam realizando um extermínio por pura maldade.

Agora, são 19 animais que se enquadram entre desaparecidos ou mortos durante o período da pandemia.

 

O corpo do primeiro cãozinho foi encontrado no final da manhã, já em decomposição, em frente ao Instituto de Tecnologia (Itec), no campus profissional. "Vieram me avisar que tinha um animal morto numa área úmida. Reconhecemos que era um daqueles que cuidamos no projeto. Eu mesma e uma voluntária fomos lá pegar o corpo e levamos para a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) para fazer a necropsia", relatou Elizabete.

 

Já o segundo cachorro morto foi encontrado no igarapé Tucunduba, próximo da ponte ao lado do Vadião. Elizabete esteve no local, mas disse que não conseguiu confirmar se era um dos animais monitorados pelo Peludinhos.

"A cabeça estava dentro da água. Mas acho muito difícil não ser dos nossos. Isso virou recorrente desde março, quando começou a pandemia. Os animais somem ou aparecem mortos. É muita crueldade", pontuou.

 

Inquérito policial investiga as mortes

 

O delegado Waldir Freire, titular da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) da Polícia Civil, informou que os casos estão sendo investigados, assim como os anteriores. "Há um inquérito policial tombado já, para apurar a morte ou desaparecimento de outros cachorros lá. A questão é de controle. Não vejo controle nenhum de entrada e saída de pessoas, imagina de animais errantes", comentou.

 

O titular da Demapa informou que o corpo do segundo cachorro encontrado nesta segunda acabou sumindo na água. "Não foi localizado dado à maré ter subido, no momento em que nos encontramos lá. O outro foi levado para a Ufra, no congelador, para que seja necropsiado. E quanto ao que sumiu, vamos tentar resgatar o corpo durante amanhã desta terça. Continuar as investigações, a cargo da Demapa, que já ouviu vigilantes, o prefeito do campus. Estamos aprofundando para ver se chegamos na autoria dessas mortes ou se foram naturais", explicou.

 

OAB-PA acompanha os casos

 

Os casos também são acompanhados pela Comissão de Defesa dos Direitos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil - Pará, conforme contou o vice-presidente da comissão, Albeniz Neto. "Nossa comissão foi contactada pela coordenadora do Projeto Peludinhos após a primeira ocorrência, quando os 3 cachorros anteriores foram encontrados mortos no rio. A partir de então, seguimos fazendo o assessoramento jurídico dos protetores do Projeto, além de manter contato com as autoridades, como a Polícia Civil, pois é de boa interesse também por cunho social que essas mortes sejam esclarecidas", contou.

 

Resposta da UFPA

 

Em nota, a Universidade Federal do Pará afirmou que "lamenta profundamente as novas ocorrências de morte de cães em dependências do Campus do Guamá e entorno e informa que foram tomadas providências para elucidar os fatos e identificar os responsáveis por essa conduta criminosa. Ao mesmo tempo, solicita a colaboração da comunidade universitária e da sociedade para que sejam encontradas provas que contribuam com as investigações. Por fim, a instituição reitera que repele qualquer prática que desrespeite o direito dos animais e que tem agido fortemente para combater o abandono e maus tratos de animais na Universidade".

 

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