O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou ao presidente Jair Bolsonaro a possibilidade de prestar depoimento por escrito na investigação sobre sua suposta tentativa de interferência na Polícia Federal.
O presidente, portanto, terá de ser ouvido pessoalmente.
A decisão permite que os advogados do ex-ministro Sergio Moro, autor das acusações contra Bolsonaro, formulem perguntas na oitiva.
Aliados do presidente defendem que ele adie seu depoimento até que Celso de Mello se aposente, o que ocorrerá em novembro. Um nome indicado por Bolsonaro assumirá o lugar do ministro no STF.
Na Corte, é comum que um novo integrante herde os processos de seu antecessor.
Em paralelo: em visita à Bahia, o presidente disse que está se aproximando “cada vez mais das autoridades do Judiciário”.
Análise: o decano do Supremo deu um recado ao presidente, em determinação rígida que inova a jurisprudência da Corte, afirma Carolina Brígido. “De saída, Celso de Mello optou pela alternativa mais desfavorável a Bolsonaro. Isso mostra que, até o último minuto, o ministro conduzirá o inquérito com pulso firme”, diz.
Fonte: Jornal "O Globo"