A pandemia de saúde iniciada na cidade de Wuhan na China é causada por uma infecção de um vírus do grupo Corona vírus. Muito embora, a sociedade mundial tomou real conhecimento deste vírus no final de 2019 e, estando enfrentando no início deste ano de 2020 o ápice de contágio, a medicina já conhece o grupo dos Corona vírus desde meados do século XX.
Os estudos clínicos apontam que os ataques do Covid-19 está relacionado ao sistema imunológico da pessoa, contudo, se percebe que vai além do corpo a problemática, está relacionado ao comportamento humano, principalmente à população idosa, onde a taxa de letalidade é maior, sendo necessária uma intervenção maciça e objetiva do poder público, apresentando indicadores para diminuição da transmissão do vírus.
O processo de transição demográfica em todo mundo ficou evidente quando os números de infectados e mortos pelo Covid-19 estava mais presente nos idosos. Especificamente no Brasil, pessoas com mais de 60 anos representam 69% das mortes, 65% tinham pelo menos 1 fator de risco, conforme levantamento realizado pelo PODER 360 no último 14 de maio, disponível em seu site www.poder360.com.br.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde é considerado pessoa idoso em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. O Artigo 1º da Lei 10.741/2003, regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. De acordo com o Censo 2010 (IBGE) a população idosa no Brasil em 2010 representava 11,7% de sua população e, se projeta aumento desse percentual para 18,8% em 2030 e 29,3% em 2050 (IBGE, 201 0).
Na cidade de Imperatriz, segunda maior cidade do Estado do Maranhão, os números não são tão distantes do apresentado em relação ao país, estima-se que no ano de 2019 ocorreu um aumento populacional de 4,6%, número já estimado pelo IBGE no Censo de 2.010. Ademais, o que se deve observar é que o crescimento populacional do município não é algo novo, mas uma crescente desde 1980.
Entre os anos de 1980 a 1991, a população da cidade de Imperatriz (MA), era extremamente jovem, com predominância de idade entre 0 (zero) e 14 anos, vindo modificar em meados de 1990 elevando a faixa etária de 10 a 34 anos. Já nos anos de 2000 e 2010 a taxa de envelhecimento passou de 4,14% para 5,66%, acompanhando os índices no Brasil, que nos mesmos anos, saiu de 5,83% para 7,36% (IBGE, 1991).
Os índices apresentados de Imperatriz, representados nas pirâmides etária dos anos de 1980 a 2010, demonstram claramente que o envelhecimento é amplo, não estando vinculado tão somente ao fator biológico, qual seja, a diminuição da taxa de mortalidade e fecundidade, perceptivel com achatamento da base da pirâmide, mas a outros de cunho íntimo e externo, que acabam por ocorrer de maneiras diversas apresentando múltiplas interfaces que podem estar relacionadas às mudanças na vida social e no mundo do trabalho.
Imperatriz está com uma população envelhecida. Essa realidade indica a necessidade de estudos e politicas públicas voltadas para essas pessoas, ainda mais, por serem os que mais morrem de Covid-19, no município. Essa necessidade se mostra mais clara quando observados os números oficiais do Boletim Epidemiológico disponibilizado pelo Núcleo de Enfrentamento à Covid-19 do dia 29/05/2020, quando indicam que foram notificados 1.902 casos de Covid-19 em Imperatriz, destes 67,87% estão curados e 97 óbtivos confirmados. As faixas etárias de pessoas que perderam a vida de Covid-19 é diversa, porém, 75,3% são indivíduos com idade acima de 60 anos, ou seja, idosos.
A economia, a sociedade, as pessoas, estão sofrendo reflexos de uma pandemia que não tem hora e nem dia para terminar, e o que se busca no momento é um controle ou a diminuição de contágio, principalmente em pessoas do grupo de risco, idosos, doentes crônicos e, mais do que importante, o isolamento social ainda se mostra o remedio preventivo para a Covid-19.
Hubcarmo Souza Amorim
Mestrando em Desenvolvimento Regional pela UNITAU-SP
Professor de Ciência Política e Teoria do Estado pela FACIMP-WIDEN