A técnica de Segurança do Trabalho Mônica Amorim, de 35 anos, e o enfermeiro Jonivaldo Lopes Santos, de 26, aceitaram o desafio de combater o novo coronavírus, mesmo sabendo dos impactos que isso terá em suas vidas profissionais e pessoais. Eles fazem parte dos mais de mil profissionais que atuam nos Hospitais de Campanha de Açailândia e de São Luís, entregues no sábado (16) e na última segunda-feira (18), respectivamente, pelo Governo do Estado.
No total, os dois hospitais contam com 1.007 profissionais de diversas especialidades e linhas de atuação, sendo 212 em Açailândia e 795 em São Luís.
Por meio de Processo Seletivo Simplificado realizado pela Secretaria de estado da Saúde (SES) e Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH), Mônica e Jonivaldo passaram a integrar a equipe do Hospital de Campanha de Açailândia, que dispõe de 53 leitos clínicos e sete leitos de UTI. A estrutura da unidade é resultado de uma parceria entre Governo do Estado, por meio da SES, e a Vale, e está sendo administrada pela EMSERH.
Com 10 anos de carreira, Mônica Amorim Sousa é ciente que este será o maior desafio de sua vida profissional. “Vai ser uma batalha grande, mas eu penso que é uma experiência que eu vou levar para a vida inteira, principalmente na minha área. Eu vejo assim, não pelo profissionalismo, mas pela parte do amor, de poder ajudar as outras pessoas”, afirmou a técnica de Segurança no Trabalho.
Já Jonivaldo Lopes Santos viu no Processo Seletivo uma oportunidade de ajudar o Maranhão a combater o novo coronavírus, além de ter um grande aprendizado na profissão que escolheu. “É mais uma forma de a gente poder ajudar por amor à profissão, mesmo sabendo que nós, como profissionais da saúde, vamos nos expor mais. Mas a gente sabe que ao mesmo tempo a gente está ajudando vidas e hoje o estado está precisando ainda mais dos profissionais da saúde. Então isso vai fazer com que a gente tenha um aprendizado, uma experiência diferente do que era comum antes dessa pandemia”, explicou o enfermeiro.
Para o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, é fundamental reconhecer e agradecer o empenho dos profissionais que estão atuando diretamente no combate à doença. “Sem o profissional não adianta ter essa estrutura. A estrutura de saúde não se faz com mãos, se faz com o coração. São profissionais que aceitaram o desafio, sabendo do risco que estão se colocando ao combater a doença, um inimigo invisível que não tem trégua. Então, é importante dizer que a gente agradece muito aos profissionais”, destacou.
O presidente da EMSERH, Marcos Grandes, também endossa o empenho dos profissionais da área da saúde em atuar neste momento de pandemia. “Nesse processo de pandemia, temos tido diversas atitudes da parte dos profissionais de saúde que faz com que os respeitemos ainda mais. E a EMSERH tem aberto seletivos que têm uma adesão muito grande desses profissionais de saúde, o que demonstra uma força de vontade em querer ajudar”, avaliou.
HOSPITAL DE CAMPANHA DE SÃO LUÍS
Com 200 leitos, o Hospital de Campanha de São Luís foi erguido em tempo recorde graças à parceria entre SES, Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) e a EMSERH. A unidade foi entregue na última segunda-feira (18).
Apesar de garantir o aumento da oferta de mais leitos para o atendimento de pacientes com o novo coronavírus, os Hospitais de Campanha não são motivo de comemoração, na visão do secretário Carlos Lula. “Infelizmente, talvez seja a primeira unidade hospitalar que a gente inaugura já querendo fechar. Porque o fechamento do Hospital de Campanha vai indicar que a gente venceu, que a gente conseguiu dar um passo adiante, que a gente conseguiu vencer a doença”, afirmou.