Problemas relacionados à pandemia tem comprometido a qualidade do sono
Publicado por Islene Lima
Segundo a Associação Brasileira de Sono, a insônia atinge mais de 70 milhões de brasileiros, e com mais de um mês de distanciamento social e preocupações por conta da Covid-19, algumas pessoas estão apresentando ainda mais dificuldades para dormir.
A enfermeira, Verônica Cristina, explica que uma boa noite de sono é resultado do ritmo social e do ciclo biológico. O confinamento, pouca atividade física ou opção de lazer saudável, além das preocupações com relação à economia, pode levar qualquer pessoa independente de idade a ter insônia crônica. "Estamos num momento delicado, e consequentemente nem todo mundo está preparado psicologicamente para enfrentar tudo isso, por isso tornou-se frequente ouvir pessoas falando que estão trocando a noite pelo dia, ocasionando assim depressão, estresse, ansiedade, até doenças graves".
A psicóloga do CAPS III, Elainy Ferraz, esclarece que muitos falam sobre manter a rotina, porém é muito complicado, pois mesmo com os trabalhos em casa, o fator isolamento pesa muito, principalmente para os idosos que na sua maioria já sofriam com a insônia mesmo antes da quarentena.
"A terceira idade é um dos principais grupos de risco para o contágio e complicações causadas pelo coronavírus, e por isso o isolamento deles está sendo bem mais rígido, trazendo consequências negativas à saúde mental. Eles podem se sentir sozinho ou passar a apresentar ansiedade, insônia, depressão e outros sintomas".
A psicóloga ressalta também que além dos idosos, todos os outros perfis devem ficar atentos às mudanças relacionadas ao sono, principalmente aos que já sofrem de algum transtorno mental, pois os sintomas podem se potencializar e agravar o quadro.
"Buscar ouvir e valorizar a demanda trazida pelo idoso ou qualquer outra pessoa aos familiares e amigos que estão distantes em função do isolamento, é ajudar a saúde mental e certamente contribuir para uma boa noite de sono. Vai lembrar que em caso de sintomas de ordem mental e que requer cuidado especializado é recomendado a busca de avaliação e conduta profissional", afirma.
Outra recomendação da psicóloga é com relação às informações, pois muitas pessoas se impressionam e ficam com aquilo martelando na cabeça, fazendo com que o fluxo de conteúdo atrapalhe o sono e gere preocupação. "Ter acesso às informações acerca do coronavírus é fundamental, entretanto, tudo que é demasiado acaba afetando nosso cérebro, gerando pensamentos repetitivos que acarretam outras doenças. Então é fundamental procurar outros meios, se distrair com outros tipos de informação, verbalizar e pensar coisas positivas, pois o subconsciente entende isso, e certamente o seu corpo vai contribuir para o seu bem estar".
Dicas para driblar a insônia na quarentena
Manter horário fixo para levantar e deitar
Manter uma rotina de exercício físico
Se possível evitar bebidas estimulantes após às 18 horas
Evite trabalhar, estudar e comer no quarto
Redobrar cuidados com aparelhos tecnológicos antes de dormir, de preferência evitar usar