CORONAVÍRUS NO MARANHÃO: “Estamos mais perto de uma decisão de lockdown”, diz Flávio Dino
Política
Publicado em 27/04/2020

 

O governador também informou que novas medidas deverão ser tomadas para combater o avanço da doença no Maranhão.

Durante entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (27), o governador Flávio Dino anunciou que diante do aumento significativo no número de casos do novo coronavírus no Maranhão, há uma grande chance de que um decreto de lockdown (paralisação total ou parcial das atividades) seja determinado. 

Estamos mais próximos de uma decisão de bloqueio das atividades do que propriamente uma decisão de liberação. Estamos constatando um crescimento constante dos leitos hospitalares”, afirmou o governador. No entanto, Flávio Dino afirmou ainda que a medida só será tomada de acordo com a evolução dos casos e da ocupação de leitos.

No momento, apenas 6 leitos de UTI exclusivos para o coronavírus estão disponíveis na rede estadual. São Luís é o epicentro do vírus. Tem a maior parte dos casos e está com 94% dos leitos de UTI ocupados, pela segunda vez em menos de uma semana.

A cidade de Imperatriz segue também registrando um crescente número de casos do novo coronavírus.

O governador também informou que novas medidas deverão ser tomadas para combater o avanço da doença no Maranhão.

Novos leitos

Diante do cenário, Flávio Dino anunciou que serão disponibilizados mais 40 leitos de UTI para o atendimento a pessoas diagnosticadas com a Covid-19. Destes, 20 serão oferecidos pelo Governo por meio da locação de leitos de um hospital particular na capital, e os outros serão disponibilizados pelo Hospital Universitário.

Além disso, na próxima semana, mais 130 leitos clínicos (que não são de UTI) serão disponibilizados nos hospitais São José e do Servidor, bem como 20 leitos clínicos entregues na área Itaqui-Bacanga. Os leitos do Hospital Português também serão

incorporados a rede estadual de saúde.

Ainda durante a coletiva, Flávio Dino comunicou a compra de 110 respiradores que devem chegar esta semana ao Maranhão, além de outros 68 leitos, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado a entrega dos aparelhos após um pedido do governo do estado, já que a transação havia sido bloqueada pelo governo federal no mês passado.

O governador anunciou também que irá se dirigir ao Ceuma, Uema, Ufma, e ao Ministério Público, solicitando a antecipação de formatura dos alunos de medicina.

Estamos nos dirigindo a estas instituições para que elas apliquem uma decisão do governo federal que permite as chamadas formaturas antecipadas. Temos estudantes que já cumpriram os requisito e que podem e devem receber o grau o quanto antes para que possam nos ajudar no enfrentamento do coronavírus, disse Dino.

 

Na ocasião, Dino também informou a edição de um novo decreto de requisição do novos médicos e profissionais de saúde que irão atuar nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) e também nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). As inscrições inicialmente estarão abertas por 48 horas para 40 médicos.

Aulas e comércio não essencial

Em relação às aulas, Flávio Dino disse que as atividades do comércio não essenciais e a volta às aulas da rede privada e estadual estarão suspensas até o dia 5 e 12 de maio, respectivamente, conforme último decreto editado pelo governador. No entanto, o governador anunciou que o prazo para a retomada dessas atividades pode ser alterado diante do aumento dos casos da Covid-19 no estado.

Ainda nesta manhã, foi anunciado a instalação de hospitais de campanha em São Luís e na cidade de Açailândia, que vai poder receber pacientes diagnosticados com a doença de grande parte da Região Tocantina. Na capital, o hospital será instalado no Multicenter Sebrae, com capacidade para 200 leitos. A entrega está prevista para ser realizada em até três semanas.

O governador enaftizou a importância do uso das máscaras, que são obrigatórias em locais públicos, e pediu também para que as pessoas evitem aglomeração em especial nas agências bancárias, tendo em vista o pagamento de benefícios para a população, como o auxílio emergencial e continuem respeitando o distanciamento social.

 

O Imparcial

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