Vídeo sobre cestas básicas vira caso de polícia após intimidação a apresentador
Política
Publicado em 17/04/2020

Um contrato sem licitação para aquisição de cestas básicas, justificado pela pandemia da covid-19, virou caso de polícia em Araguaína. Isso porque o comunicador que questionou a capacidade técnica da empresa contratada teria sido ameaçado após a publicação do vídeo e registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil na quarta-feira (15).

O contrato no valor R$ 906,1 mil, firmado entre a Prefeitura de Araguaína (via Funamc) e a empresa D.S.S Silva Varejista Eireli - ME, foi publicado no Diário Oficial no dia 27 de março, com vigência até 26 de setembro de 2020, para fornecimento de cestas básicas que serão destruídas pela prefeitura às famílias carentes, durante a pandemia do coronavírus. A prefeitura estima distribuir até 17 mil cestas.

Diante disso, o apresentador Gerônimo Cardoso fez um vídeo questionando o valor do contrato, de quase R$ 1 milhão, com uma empresa que, segundo ele, detém capital social de R$ 250 mil.

— "Francamente não consigo acreditar que um mercadinho desse porte aí tenha condições de vender produtos alimentícios com preços mais acessíveis que as redes de supermercados e atacadistas aqui da cidade", disse o comunicador em vídeo publicado nas redes sociais na terça (14).

Depois disso, segundo Gerônimo (imagens do circuito interno mostram o visitante) o dono do mercado, Raimundo Ribeiro, foi até sua casa e o intimidou na frente da sua família.

— "Invadiu minha residência para tentar me intimidar, cobrando explicações sobre a minha reportagem e ainda me ameaçar com palavras tipo: 'você vai pagar caro pelas palavras que disse'. Eu ouvi isso dentro da minha casa, na frente da minha esposa e dos meus filhos".

Após o episódio, o comunicador registrou ocorrência na Polícia Civil. "Algo muito grave, algo que deve ser mostrado, que deve ser divulgado, até porque preciso resguardar a segurança e a integridade minha e de minha família”, frisou Gerônimo, ressaltando que atua na comunicação há quase 28 anos.

A empresa, cuja razão social foi citada na reportagem, trata-se do Comercial Vitória, localizado no Setor Itapuã, em frente à residência do presidente da Câmara de Araguaína, vereador Gipão. A reportagem não consegiu contato com os representantes da empresa e o espaço permanece em aberto. 

O QUE DIZ A PREFEITURA

A Prefeitura de Araguaína informou que o contrato para compra de cestas básicas inclui 17 mil unidades, no valor de R$ 53,30 cada. Desse total, 8.500 cestas já foram distribuídas para população carente.

Segundo a prefeitura, participaram da cotação de preços as empresas D.S.S Silva Varejista, Supermercado Baratão, Supermercado Tiradentes e Supermercados Campelo. 

O QUE DIZ O PRESIDENTE DA CÂMARA

O presidente da Câmara, Aldair da Costa-Gipão, por ter sido citado na publicação, divulgou vídeo em defesa da legalidade do contrato e dos proprietários do estabelecimento. 

"São pessoas do bem. Não queiram colocar eles no grupo de pessoas do mal. São pessoas trabalhadoras, que trabalham dia e noite para honrar os compromissos. Nós não podemos ser contra as pequenas empresas. Por que só as grandes empresas têm que participar do processo?", defendeu.

Fonte: AFnoticias

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