Estatísticas apontam ainda que 528 mandados foram descumpridos e causaram 101 prisões.
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, 7705 medidas protetivas já foram pedidas contra homens violentos no Maranhão. Os dados são de fevereiro a novembro de 2019. As estatísticas de pedidos estão aumentando na medida em que as prisões aumentam. Ao todo, segundo a Polícia Civil, 528 mandados foram descumpridos e, com isso, 101 homens foram presos.
Em São Luís, uma adolescente de 17 anos foi estuprada e quase foi morta a pedradas. Ela passou por uma cirurgia e está internada no Socorrão I. Quando acordou do coma, revelou à polícia que foi um vizinho praticou o crime. Ele foi identificado como Leonardo Mendes Pereira e foi preso ainda em flagrante na Delegacia da Mulher.
"A adolescente participava de uma festividade próximo a sua casa e estava no meio de outras pessoas. Só que naquela oportunidade, ao retornar, em determinado ponto estava sozinha. Ela foi abordada por esse homem que a abordou, rasgou suas roupas e a estuprou. Ele ainda deu uma pedrada na cabeça dela, que a deixou desacordada", afirmou Kazumy Tanaka, coordenadora das Delegacias da Mulher no Maranhão.
A polícia também procura o agressor de uma gestante que foi espancada no último fim de semana, em São Luís. Em outro caso, uma mulher, que não pode ser identificada, decidiu abandonar a casa, o emprego e disse que teve que largar até os três filhos para se esconder de um marido violento porque tem medo de ser assassinada por ele.
"Já me ameaçou muito. Disse que se eu não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. Da última vez que eu o vi pessoalmente, ele me chutou, me feriu no rosto, meu braço, e me feriu verbal. Ele me colocou os piores nomes que uma mulher pode ser chamada, inclusive na frente dos vizinhos, o que me causou muito constrangimento", disse a mulher.
A direção da Casa da Mulher Brasileira orienta a melhor forma de pedir a medida protetiva contra homens violentos, que protege a mulher no momento que a Justiça determina. É preciso dar a localização correta do endereço do agressor para que ele possa ser intimado.
A medida protetiva proíbe o agressor de chegar perto da companheira para evitar que ela seja espancada e até morta. O homem acaba preso, caso descumpra a medida protetiva.
"A gente precisa fazer com que os homens e mulheres tomem conhecimento da gravidade deste crime, que tem matado as mulheres dentro de suas casas, na frente dos seus filhos. É importante que as mulheres saibam que, ao denunciar, elas estão potencialmente afastando o feminicídio. Todos os dados demonstram que as mulheres que possuem medidas protetivas de urgência não são vítimas de feminicídio", afirmou Susan Lucena, diretora da Casa da Mulher Brasileira no MA.
Fonte: Jornal "Estado do Maranhão"