PONTE JK: Produtos tóxicos devem ser retirados do rio Tocantins em abril
Política
Publicado em 22/01/2025

 De acordo com o Ibama, a retirada acontecerá por conta do aumento no volume da vazão do rio, causado pela abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE)

Fonte: Reprodução

Ponte Juscelino Kubitschek desabou na tarde do dia 22 de dezembro de 2024

De acordo com Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a retirada das bombonas de agrotóxicos que afundaram no rio Tocantins, devido a queda da ponte Juscelino Kubitschek, na BR-226, entre Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, deve ser realizada no fim do mês de abril.

 

No desabamento, dois caminhões transportando ácido sulfúrico e agrotóxicos caíram com a ponte e afundaram mais de 40 metros no rio. Bombona é uma frasco destinado ao transporte e armazenamento de gases e produtos químicos.

 

De acordo com o Ibama, a demorada retirada deve-se ao aumento no volume da vazão do rio, causado pela abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE), operada pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste). Tais condições afetam consequentemente na correnteza do rio Tocantins, inviabilizando a realização de mergulhos devido a força das águas.

 

“Considerando as dificuldades relacionadas à profundidade do rio no local do acidente – mais de 40 metros, a vazão de água, visibilidade entre outros aspectos – estimou-se a necessidade de 145 dias de mergulhos para a retirada de todo o material do leito do rio, conforme indicado no Plano de Mergulho da Empresa Port Ship, contratada pela Ambipar [Ambipar Participações e Empreendimentos S/A] para a atividade”, comunicou o Ibama nessa terça-feira (21).

 

Dos caminhões que caíram no rio Tocantins com o colapso da ponte, dois transportavam ácido sulfúrico, totalizando 76 toneladas do produto, e um levava 22 mil litros de agrotóxicos: Carnadine, Pique 240SL e Tractor.

 

Para ação de resgate, as companhias transportadoras de produtos de alto risco e a empresa dona da carga de agrotóxicos contrataram empresas de resposta a emergências químicas.

 

Operações de mergulho

Os mergulhos feitos até o dia 9 de janeiro conseguiram realizar a retirada de 29 bombonas com 20 litros de agrotóxicos cada uma. Após este período, as operações foram suspensas por conta do aumento de vazão de água da Usina Hidrelétrica de Estreito.

 

O Ibama ressaltou que os mergulhos no local somente podem ser realizados de forma segura quando a vazão do rio Tocantins está em aproximadamente 1.000 m³/s. Para o órgão, com o aumento da vazão do rio Tocantins, é possível que as bombonas se desloquem da área do desabamento, podendo atingir outras localidades.

 

Ainda de acordo com o Ibama: “Diante dessa possibilidade, foi solicitado ao Consórcio Estreito Energia (Ceste) apresentação de previsão da vazão à jusante da UHE Estreito e previsão de abertura de possíveis janelas para mergulho, com o controle da vazão para próximo a 1.000 m³/s.”.

 

O consórcio que administra a usina comunicou não ser possível garantir uma vazão que possibilite janelas de mergulhos no período úmido, que se estende até o fim de abril.

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