Cerca de 4% da população brasileira convive com transtorno que atinge pessoas ainda na infância
Fonte: Rev-Saúde
A dislexia é um dos transtornos de aprendizagem mais comuns em salas de aula nas escolas. O transtorno, que surge ainda na infância, se caracteriza por dificuldades persistentes na leitura, escrita e no acompanhamento do desenvolvimento escolar. Além disso, a dislexia pode se manifestar na dificuldade no entendimento das regras gramaticais, o que torna a aprendizagem mais complexa e impacta o rendimento escolar. Estima-se que mais de 7,8 milhões de pessoas no Brasil têm dislexia — de 4% da população.
O transtorno neurobiológico ocorre quando o cérebro não é ativado da maneira esperada durante atividades que envolvem a leitura e a escrita. As causas exatas ainda são objeto de estudo, mas algumas linhas indicam que ela é resultado de uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais.
O Dia Nacional de Atenção à Dislexia (16 de novembro) alerta para a importância do diagnóstico precoce, que possbilita um tratamento rápido e adequado, fazendo diferença no desenvolvimento escolar e emocional da criança, além de ajudar na adoção de estratégias pedagógicas que favoreçam o aprendizado.
Como identificar
Os sinais de dislexia podem variar conforme a idade da criança, mas algumas dificuldades são mais comuns e podem ser observadas ao longo do processo de alfabetização.
Os principais são dificuldades na leitura, quando ela é lenta e hesitante, e na escrita; erros frequentes de ortografia, inversão de letras e dificuldade em organizar as ideias; e na aprendizagem em relação ao ritmo da turma.
É importante destacar que a presença de um ou dois desses sinais não significa necessariamente que a criança tenha dislexia. O diagnóstico só pode ser feito por um profissional especializado, após uma avaliação cuidadosa e detalhada.
O diagnóstico da dislexia envolve uma abordagem multiprofissional, com neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e neuropediatras. Cada um desses profissionais tem um papel fundamental na identificação do transtorno.
A avaliação pode ser realizada com base no histórico escolar da criança, observação do seu desempenho em atividades de leitura e escrita, e aplicação de testes específicos. Além disso, é importante considerar o contexto familiar e social da criança, uma vez que fatores ambientais também podem influenciar o aprendizado.
Fatores de risco
A dislexia tem uma base genética importante, o que significa que crianças com parentes próximos diagnosticados com o transtorno têm maior risco de desenvolvimento.
Estudos recentes têm mostrado que a dislexia não está exclusivamente ligada a um déficit fonológico, como se pensava antigamente. O modelo tradicional defendia que as dificuldades na aprendizagem da leitura eram causadas por problemas no processamento dos sons da língua.
No entanto, pesquisas mais recentes sugerem que ela pode envolver uma interação complexa de múltiplos fatores, como genética, diferenças no funcionamento cerebral e dificuldades cognitivas.