Babá morta era explorada sexualmente por patroa, diz polícia
Policial
Publicado em 29/08/2024

Montagem mostra a acusada dos crimes, Kamila Barroso, e ao lado, a foto da vítima Geovana Costa 

Por Mikaela Ramos (MN)

O corpo de Geovana Costa Martins, que tinha apenas 20 anos de idade, foi encontrado com sinais de espancamento no dia 20 de agosto, no bairro Tarumã, em Manaus

Ameaças e exploração sexual entraram na orbe dos crimes apurados contra a babá Geovana Costa Martins, de 20 anos, que foi encontrada morta em Manaus, capital do Amazonas. Segundo as investigações da Polícia Civil, a vítima era mantida em cárcere privado, era constantemente ameaçada e explorada sexualmente pela patroa, identificada como Kamila Barroso.

 

No dia 19 de agosto, Geovana foi dada como desaparecida. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte, no bairro Tarumã, zona Oeste da capital. Um dia depois, o corpo dela foi identificado. Já nessa quarta-feira (28), a patroa Kamila Barroso foi presa sob acusação de envolvimento na morte da jovem.

 

Nesta quinta-feira (29), a delegada Marília Campello, que chefia as investigações, expôs que Kamila Barroso usava a casa em que morava com Geovana como ponto de prostituição. No local, a jovem era obrigada a fazer programas sexuais.

 

"Ela foi aliciada por uma vida de balada e bebida, mas depois a Kamila passou a obrigá-la a ficar lá. Não deixava mais a moça sair, embora ela quisesse, e era explorada sexualmente", contou a coordenadora do Núcleo de Combate ao Feminicídio (NCF) da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Marília Campello.

 

No decorrer das investigações a polícia também identificou que haviam outras garotas que eram exploradas sexualmente na residência de Kamila Barroso, mas apenas Geovana Costa era residente lá.

Geovana Costa foi morta por traumatismo craniano | FOTO: Reprodução

CÁRCERE, AMEAÇAS E ENVOLVIMENTO COM FACÇÃO CRIMINOSA

A autoridade policial relatou que Kamila aterrorizava a vítima com o argumento que teria sido esposa do criminoso Mano Kaio, considerado um dos líderes do tráfico de drogas no Amazonas e foragido no Rio de Janeiro.

 

A patroa ainda proibia a vítima de manter contato com outras pessoas, como o ex-namorado, além de ameaçá-la caso saísse da casa. "Ela [Kamila] dizia que ia chamar o pessoal do tráfico para quebrar a perna, dizia que ia fazer acontecer", detalhou a delegada Marília Campello.

Kamila Barroso tinha como hábito postar vídeos e fotos com a vítima | Reprodução

As investigações apontaram também o envolvimento de Eduardo Gomes da Silva no homicídio da babá. Agora, ele é procurado pela Polícia Civil do Amazonas.

 

TENTATIVA DE FUGA FRUSTRADA

Segundo a polícia, a mulher de 33 anos já havia saído do imóvel em que morava com Geovana Costa e tinha passagem comprada para França, onde familiares dela mantém residência.

 

"Nós não temos dúvida alguma de que ela tenha participado do crime", afirmou a delegada Marília Campello.

A delegada apontou que no mês de junho deste ano, Geovana Costa chegou a emitir um passaporte. A polícia investiga se o ocorrido tem relação com a causa da morte da jovem. Ainda não há informações sobre a motivação do crime, mas a causa do óbito foi apontada como traumatismo craniano. 

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