O balanço da operação foi divulgado nesta quinta-feira (18); A Operação Orlov cumpriu 27 mandados de busca e apreensão
Com informações da PC-MA
Uma operação policial deflagrada em São Luís e em municípios do interior do Maranhão apreendeu armas e munições oriundas do comércio ilegal de armas de fogo do Estado. Também foram apreendidos veículos e efetuadas cinco prisões de pessoas envolvidas no esquema criminoso.
Os resultados da operação foram apresentados, nesta quinta-feira (18), na Delegacia Geral de Polícia Civil do Maranhão, em São Luís. O delegado Jair Paiva, informou que a ‘Operação Orlov’ contou com a colaboração de polícias de outros Estados.
“Durante as investigações descobrimos que uma das armas estava em nome de uma pessoa de Ribeirão Preto, em São Paulo, que estava sendo usada como laranja. Então, no momento da operação tivemos o apoio da Polícia Civil de São Paulo bem como do Ceará e do Pará. No Maranhão, a polícia realizou diligências em São Luís, Imperatriz, Barreirinhas, Humberto de Campos e Lago da Pedra”, disse.
O delegado ressaltou também que foi identificada a participação de dois miliares do Exército Brasileiro, que foram presos, e destacou o apoio recebido pela instituição durante as investigações e operação.
“Os militares do Exército faziam a aquisição e venda das armas para o mercado criminoso. O Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar do Norte e da 8ª Região Militar, desde o início, acompanhou e colaborou com a investigação envolvendo os alvos militares”, afirmou.
Apreensões
Ao todo, a Operação Orlov cumpriu 27 mandados de busca e apreensão. Além do Maranhão, foram realizadas diligências em Ribeirão Preto (SP), Fortaleza (CE) e Parauapebas (PA) com a apreensão de 17 armas de fogo, provas documentais, aparelhos celulares e 545 munições.
Foram apreendidos ainda três veículos e efetuadas cinco prisões, sendo três em flagrante e duas preventivas. Entre os envolvidos presos estão os dois militares do Exército e um advogado. Também foi feito o sequestro de R$ 350 mil em valores da organização criminosa.
Investigações
O delegado Thiago Dantas, que preside a operação, detalha as investigações. “Essa investigação teve início em maio de 2023 a partir da apreensão de uma arma de fogo que foi pega com um traficante em São Luís. Após as consultas aos sistemas foi constatado que a arma estava registrada em nome de um indivíduo do Estado de São Paulo. Então em contato com esse indivíduo, descobrimos que ele estava sendo usado como laranja, pois possuía arma de fogo em São Luís e que seu registro de atirador esportivo em São Luís era falso”, informou.
A arma citada pelo delegado Thiago Dantas que deu início à investigação é uma pistola Glock. Durante os trabalhos a equipe de investigadores descobriu que o indivíduo preso integrava o esquema criminoso como intermediador da aquisição de armas de fogo de forma ilegal. Além disso, também se descobriu que havia uma empresa aberta em nome do laranja. Durante as buscas à empresa foi verificada que tratava de uma fachada usada para disfarçar o esquema criminoso já que nada foi encontrado no endereço registrado.
“Os militares do Exército trabalhavam no setor responsável pelo registro de armas. Eles faziam a aquisição do armamento de forma legal, mas em seguida colocam em nome de laranjas e vendiam pelo dobro do preço para o mercado clandestino”, conta Thiago Dantas.
A investigação identificou pelo menos 17 armas possivelmente comercializadas ilegalmente pelos alvos da operação. Além disso, empresas fantasmas também foram identificadas em nome de dois laranjas, as quais eram controladas por um militar. Entre as armas vendidas ilegalmente para o crime organizado estavam pistolas, revólveres, fuzis e carabinas.