Piloto realizou um pouso de emergência com um avião carregado com mais de 400 quilos de cocaína (Foto: Polícia Militar/Divulgação)
Fonte: Jornal do Tocantins
Donizete Veríssimo Dias está preso preventivamente na Unidade Prisional de Palmas após decisão da Justiça Estadual. Após o pouso ele tentou convencer funcionários para esconder a droga no local
A prisão do piloto paranaense Donizete Veríssimo Dias, de 54 anos, que realizou um pouso de emergência com um avião carregado com mais de 400 quilos de cocaína no pasto de uma propriedade rural no Tocantins, contou com a astúcia dos funcionários da Fazenda Mutum, em Rio Sono.
Um subtenente da Polícia Militar, lotado no 3º pelotão naquele município, relatou à Polícia Federal a estratégia dos funcionários para acionar a Polícia Militar após o pouso repentino do avião.
Um dos funcionários da fazenda informou ao militar que o piloto estaria chantageando-o para ocultar a carga que transportava. Este funcionário conduziu o piloto para o lado oposto da casa da fazenda, em direção a uma estrada. A intenção, segundo o relato policial, era ganhar tempo.
O funcionário que acionou a Polícia Militar deixou outros dois funcionários da propriedade com o piloto, enquanto ele retornava para a casa. De lá, entrou em contato com a PM. Cinco policiais foram ao local e encontraram o piloto com os funcionários em uma estrada de acesso à propriedade.
Ao abordarem o piloto, ele confirmou aos militares que transportava as drogas e que foi contratado pelo dono do avião para levar a mercadoria para uma fazenda no Tocantins. Donizete disse que a droga veio de Corumbá (MS), abasteceu o avião, levantou voo, mas depois caiu, com 12 minutos de distância do local da entrega.
Donizete Veríssimo Dias está preso preventivamente na Unidade Prisional de Palmas após decisão da Justiça Estadual, de segunda-feira, 8, em audiência de Custódia em Novo Acordo.
Após o flagrante, ele prestou depoimento na Polícia Federal e afirmou ao delegado Artur Vieira de Melo Neto que foi contratado por uma pessoa que fala espanhol e usa um telefone de DDD internacional para transportar os pacotes de Corumbá para o Tocantins.
Segundo o depoimento, o contato tem o apelido de "novinho" e pagou a ele R$ 20 mil pelo voo. Ele confessou que, devido a problemas mecânicos, teve que fazer um pouso forçado na Fazenda Mutum, próxima ao município de Rio Sono. Ele também disse que tentou negociar com funcionários da fazenda para descarregar a droga e que o serviço seria pago pelo contato.
Defesa
A reportagem falou com o advogado tocantinense que acompanhou o preso durante a audiência. O defensor disse ter sido contratado apenas para acompanhar a audiência do cliente, e não tem autorização da família para se manifestar, sem defini, se ele continuará no caso.
O advogado chegou a pedir em processo separado o relaxamento da prisão do cliente, após a passagem pela Polícia Federal e Justiça Estadual, por considerar nulo o flagrante, inclusive o depoimento. O juiz negou o pedido.