Servente é condenado a 16 anos de prisão por matar criança ao errar tiro em rival, mas ficará livre
Policial
Publicado em 18/10/2023

Paulo Rocha da Paixão ao ser preso em fevereiro de 2019

 

Paulo Rocha Paixão também foi sentenciado a pagar R$ 50 mil de danos morais aos familiares da vítima, mas ganhou o direito de esperar em liberdade o julgamento final dos recursos contra a condenação

 

O servente de obras Paulo Rocha Paixão, de 32 anos, acusado de ter atirado e matado a criança Rodrigo Alves Rodrigues, de 10 anos, filho do homem que ele tentou matar em fevereiro de 2019 foi condenado a 16 anos e 6 meses e também a pagar R$ 50 mil para os familiares da vítima por danos morais. Mas ele não ficará preso, pois ganhou o direito de recorrer em liberdade, após a condenação em julgamento dos jurados na terça-feira, 17, e na manhã desta quarta-feira, 18, no Salão do Tribunal do Júri do Fórum de Palmas.

 

A sentença assinada pelo juiz Cledson José Dias Nunes ressalta que ficou comprovado que o acusado premeditou matar Lenir Rodrigues, pessoa que tivera relacionamento extraconjugal com sua esposa, como demonstrou o exame pericial:

 

"O agressor estudou o local e escolheu uma posição para realizar a ação. Antes do fato, o agressor amassou a vegetação rasteira em uma região de leve depressão entre a lateral direita e a cerca de arame. Em seguida, fazendo uso de alguns cordões de algodão, amarrou as fiadas de arame, unindo algumas da parte superior entre si e algumas da parte inferior entre si e em um fragmento de planta, junto ao solo. (...) Após efetuar o tiro, o agressor saiu rapidamente pela abertura na cerca de arame, seguiu pela mata”, cita trecho da sentença.

 

Ainda segundo o documento, ficou comprovado que dentre os arquivos extraídos do aparelho celular do acusado foi constatado que, momentos antes de efetuar o disparo que provocou a morte de Rodrigo, o réu estava a acessar conteúdos sexuais.

 

Além disso, no aparelho celular do acusado foram encontrados diversos vídeos de violência, pornografia infantil e maus-tratos de animais. Não bastasse, ao ser inquirida em plenário, a informante [XXXX] declarou que o acusado é conhecido na região por ter comportamento agressivo, sendo certo que em desfavor dele já fora registrado o boletim de ocorrência”.

 

Segundo a sentença a pena privativa de liberdade deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado, mas Paulo Rocha Paixão poderá apelar em liberdade “uma vez que respondeu ao processo nessa condição e a acusação não demonstrou - nem mesmo alegou - a superveniência de fato que justifique, por ora, a decretação da prisão preventiva”.

 

O réu foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido.

 

Crime

Paulo Rocha Paixão era acusado de ter atirado contra o empresário Lenir Rodrigues da Cunha em uma emboscada no dia 7 de fevereiro de 2019. O crime ocorreu no início da manhã, em uma estrada vicinal situada entre o Loteamento Coqueirinho e a TO-010, na zona rural de Palmas.

 

Segundo o processo, Paixão teria descoberto relacionamento extraconjugal da esposa com o empresário e tentou matar o rival, mas ele errou o tiro e acertou a cabeça a criança Rodrigo Alves Rodrigues, filho do empresário, que morreu a caminho do hospital.

 

Segundo a denúncia, Lenir informou aos policiais que, tempos atrás, havia tido um relacionamento extraconjugal com a então mulher do acusado. Ele foi encontrado na residência de sua irmã e confessou que seu objetivo era tirar a vida de Lenir Cunha.

 

Para a promotoria, Paixão “agiu de maneira desproporcional, por motivo torpe, caracterizado pelo desejo de vingança, pois sua mulher o havia traído, no meio do ano de 2018”.

 

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Paulo Rocha Paixão nem com a família da vítima. 

 

Fonte: Jornal do Tocantins

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