Região de Balsas: situação das estradas pode atrasar escoamento da safra de grãos
Política
Publicado em 09/01/2023

O período chuvoso na região de Balsas é desafiador para motoristas que trabalham no escoamento da produção agrícola no sul maranhense, devido às péssimas condições das estradas. Para não correr o risco de perder a produção, muitos produtores rurais estão fazendo mutirão para recuperar as estradas.

 

As chuvas de novembro e dezembro que, ficaram acima da média, com um acumulado de 800 milímetros, foram excelentes para os produtores de soja no sul do Maranhão. As lavouras vão precisar de chuvas para garantir o enchimento dos grãos e uma boa produtividade.

 

As áreas que foram plantadas primeiro, na última semana de outubro, começam a ser colhidas no fim do mês de janeiro. Entretanto, o pico do escoamento só deve começar em fevereiro, período que deve coincidir com muita chuva na região.

 

Por outro lado, a chuva trás preocupação para os produtores rurais, já que muitas estradas da região, tem enfrentado problemas graves de infraestrutura. Com o aumento da precipitação, em muitas fazendas, carretas precisam de tratores para sair dos atoleiros.

 

Para evitar mais problemas, os agricultores aproveitam os dias de sol e recuperam as estradas por conta própria. Um mutirão chegou a ser realizado, pelos produtores, na BR-324 que liga Balsas a Ribeiro Gonçalves, no Piauí. A rodovia federal não possui asfalto e juntos, os produtores já conseguiram recuperar mais de 60 km, em uma região que cultiva mais de 150 mil hectares.

 

"Se não junta todos os produtores todos os anos aqui, e todo mundo colabora, a gente não consegue escoar a produção aqui. Nem trazer químico, adubo, fertilizante, pois escoar a produção aqui a gente não consegue. Todo ano a gente tem que trabalhar nisso aqui", desabafa Marcos Bagatin, agricultor.

 

A ponte sob o riacho Balsinha, na BR-324, está em péssimas condições, apesar dos serviços paliativos feitos pelos agricultores. No pico da safra, carretas com até 45 toneladas, passam por aqui a todo instante. E com a estrutura fragilizada, o trânsito pode ser interrompido a qualquer momento.

 

"A cada 30 e 60 dias a gente tem que estar recuperando essa ponte. Então eu acho que o pessoal do poder público tem que ajudar a gente, fazer uma ponte que realmente sirva, que seja de ferro ou de concreto e que aguente o trânsito", reforça Marcos Bagatin, agricultor.

 

No sul do Maranhão, um dos piores trechos, começa em Alto Parnaíba e termina em Balsas. Mais da metade da produção de milho, algodão e soja do Maranhão, passa pela MA-006. Por essa rodovia, que passa boa parte da produção agrícola do Piauí e com as condições da estrada, o escoamento está ameaçado.

 

Em nota, o Governo do Estado informou que por causa do movimento intenso de carretas, a MA-006 teve que passar por reparos que devem ser concluídos antes do pico do escoamento. A Secretaria de Estado de Infraestrutura informou que asfaltou recentemente 7 km de ladeira na Serra do Pernitenete que era considerado um dos trechos mais críticos do anel da soja.

 

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) afirmou, por meio de nota, que o trecho faz parte do Plano Viário Nacional, mas não há previsão para ser asfaltado.

 

Fonte: Diário de Balsas

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