Sessão de júri popular durou dois dias e absolveu Rute Lima, 27, da denúncia de ter intermediado contratação de pistoleiros
O júri popular que iniciou às 9h da ultima quarta feira, 26, e encerrou no final da tarde desta quinta, na 2ª Escrivania da Comarca de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, absolveu Rute Lima Marinho, 27, que estava presa preventivamente há seis anos e sete meses, acusada de ter intermediado, a mando do pai, o contato com os pistoleiros apontados como assassinos do ex-prefeito de Praia Norte(TO), Gilmar Alves Pinheiro, aos 45 anos, no dia 26 de fevereiro de 2016.
A reportagem revelou a história da jovem em reportagem no dia 18 de outubro. Ela ganhou a liberdade na tarde desta quintafeira, 27, mesma data em que o juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, que presidiu a sessão do júri, revogou a prisão domiciliar dos réus Agnaldo Freitas da Silva, o Noa, 55, e José Hamilton Ferreira Silva, 57, também absolvidos pelos jurados.
Segundo a denúncia, um dos acusados, o agricultor Nivaldo Souza apontado como o mandante da morte de Gilmar, faleceu três semanas após ser acusado na Justiça, depois de cirurgia em Araguaína.
Conforme o processo, o agricultor Nivaldo buscava vingança para a morte de um parente e procurou o lavrador Agnaldo Silva, e o pecuarista José Hamilton, apontados como agenciadores de Jairo Lima Marinho, 54, que teria amizade com dois pistoleiros.
Para o Ministério Público, Jairo Marinho teve o papel de contratar a dupla acusada de disparar os tiros fatais: Gabriel França Santos, o Gugu, 35, e Antônio Clemilson Silva Santos, o Cabeça, de 44 anos.
Condenados, Gugu recebeu a pena de 22 anos de reclusão e Cabeça, 25 anos, ambos em regime fechado.
Depois de ter três sessões de julgamento adiadas, a última no dia 23 de março deste ano, a jovem e outros quatro réus no processo passaram pelo julgamento realizado por júri composto por pelo menos 15 jurados titulares e nove suplentes.
A família de Rute Lima compareceu à sessão do júri com camisetas com o pedido de liberdade para a “menina Ruth” e comemoraram o resultado do julgamento.
Luciene Marinho, tia de Rute, disse que o júri ficou marcado com o depoimento da jovem. “Emocionou principalmente os jurados quando ela contou a história dela, o que ela viveu lá dentro, que ela nunca teve atrito, estudou, foi professora lá dentro, então não tinha como não se emocionar”.
A presidente do Conselho Penitenciário do Tocantins, Sibele Biazotto, que acompanhou o caso da jovem, considerou a situação como um erro do judiciário. “Mais um caso de erro do judiciário. Mais uma vida marcada pelo cárcere! E inocentada! Nós temos de rever essas prisões preventivas desnecessárias que cometem injustiças com os mais vulneráveis no País”.
Rute Lima cumpriu prisão preventiva na unidade penal de Miranote, enquanto aguardava julgamento (Foto: Família/Divulgação)
Fonte: Jornal do Tocantins