Articulação "Agro é Fogo" publica dados sobre incêndios e conflitos por terra
Política
Publicado em 08/09/2022

Incêndios são armas em conflitos por terra na Amazônia e no Cerrado, onde o agronegócio continua a invadir e ameaçar as comunidades tradicionais 

Na semana em que celebramos as duas maiores regiões do país (Dia da Amazônia e Dia do Cerrado), ainda precisamos denunciar que elas são as mais ameaçadas por incêndios, conflitos e o avanço do agronegócio.

 

 

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 90% dos focos de incêndio estão na Amazônia e no Cerrado. E é justamente nessa época do ano, período de estiagem, entre agosto e setembro, que a dita “temporada de fogo”, que na verdade é temporada de crimes, tem maior incidência.

 

Conforme levantamento do Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno -- CPT, a partir dos dados do Caderno de Conflitos no Campo 2021, temos um sério diagnóstico: é no Cerrado, Amazônia e na região de transição do Cerrado que 72% dos conflitos por terra envolvendo o uso do fogo (incêndios florestais, queima de roçados, queima de casa, queima de casas de reza e queima de pertences), estão localizados. Isso significa 83% (31.355) das famílias afetadas por ocorrências envolvendo o uso criminoso do fogo no país e em regiões de conflitos agrários.

 

O uso de falácias e promoção de desinformação como “o agronegócio e o meio ambiente andam juntos”, “agronegócio sustentável”, “o agro sustenta o país” ou “são os ribeirinhos que tacam fogo na Amazônia”, silencia vários crimes do qual os incêndios estão envolvidos. Há três anos do chamado “dia do fogo”, e, 2022 já tivemos picos de focos de incêndio bem maiores, que inclusive formaram nuvens de fumaça tóxica em municípios da região Amazônica e causaram e causam prejuízos a saúde das pessoas.

 

Ainda segundo o levantamento e como reforça o DOSSIÊ AGRO É FOGO, existe uma sobreposição de violências que incidem, cotidianamente, sobre povos e comunidades tradicionais lançados à linha de frente do fogo, literalmente. A melhor forma de manter o Cerrado e a Amazônia de pé é mantendo os povos e comunidades tradicionais em seus territórios de direito.

 

NA AMAZÔNIA E NO CERRADO TEM GENTE, PAREM DE INCENDIAR NOSSAS CASAS! 

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