Dia da Amazônia: bioma é fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas
07/09/2022 11:02 em Política

Celebrado em 05 de setembro, data provoca reflexões sobre a importância do bioma Amazônia para a vida humana

 

Camila Mitye/Estado do Tocantins

Maior bioma brasileiro, a Amazônia tem protagonismo no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas, influenciando no regime de chuvas de boa parte da América do Sul. Ocupando cerca de 9% do território do Tocantins, a Amazônia abriga imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas ou pouco estudadas. A reflexão sobre sua importância e as consequências de sua devastação é pauta no dia 05 de setembro, Dia da Amazônia.

 

São 5,5 milhões de quilômetros quadrados, distribuídos em nove países: Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. O Brasil concentra a maior parte da floresta, com 69% do bioma localizado em território brasileiro. É na Amazônia que está situada a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica, que concentra um quinto do total de água doce disponível no planeta. 

 

No total, a floresta estoca entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono (Amazônia Protege/Ministério Público Federal). Isso acontece devido ao processo de fotossíntese das plantas, um processo de criação de energia que produz oxigênio, que é liberado de volta no ar, e carbono, que permite que a planta cresça. Assim, a floresta auxilia no sequestro do CO2 (dióxido de carbono), um dos gases de efeito estufa que contribuem para o aumento da temperatura do planeta. 

 

Segundo a superintendente de Gestão de Políticas Públicas Ambientais da Semarh, Marli Santos, o bioma Amazônia contribui, junto com as demais áreas florestadas, com um estoque de 25% de todo o carbono do planeta. “Isso significa que, se houver o desmatamento, esse carbono vai ser emitido para a atmosfera e agravar o efeito estufa, provocando como consequência momentos muito difíceis de eventos extremos, como secas prolongadas e enchentes, por exemplo”, explica. Marli Santos cita ainda a produção de fibras, de alimentos, o extrativismo (como o babaçu, no Tocantins) e a regulação da água do país como outros papéis importantes da Amazônia.

 

Em outubro de 2021, o Tocantins obteve, junto à Comissão Nacional para REDD+ (CONAREDD+), a elegibilidade para captação de pagamentos por resultados de redução de emissões provenientes do desmatamento no bioma Amazônia, totalizando 122 milhões de toneladas de CO₂eq disponíveis para serem transacionados no mercado voluntário de carbono. Os créditos históricos são relativos aos resultados no período de 2006 a 2017 no bioma no Tocantins.

 

Amazônia Legal brasileira

 

A Amazônia Legal brasileira é formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. De acordo com dados do IBGE, abrange uma área de 5,1 milhões de km² (60% do território nacional), 29,3 milhões de habitantes (14% da população), 808 municípios (14,5% dos municípios), 623 bilhões de PIB (9% do PIB brasileiro). Além de ser um ativo estratégico para o Brasil, a região concentra um dos três maiores acervos ambientais do planeta, sendo considerada uma das mais importantes no mundo.

 

Inserido na Amazônia brasileira, o Tocantins integra o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento sustentável da região de forma integrada e cooperativa, considerando as oportunidades e os desafios regionais. O Estado está representado ainda, no Comitê Regional para Parcerias com os Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF). Sua finalidade é facilitar a cooperação entre os povos indígenas e as comunidades tradicionais com os Estados da Amazônia Legal, visando a maior participação dessas populações nos processos de consulta e na repartição de benefícios  obtidos com os resultados da redução do desmatamento e da degradação.

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