Saúde Pública do Tocantins alerta sobre obesidade infantil
03/06/2022 16:58 em Política

Dia 3 de junho é celebrado o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil

 Ellayne Czuryto/Governo do Tocantins

Com o objetivo de alertar a população sobre os riscos da obesidade infantil e os cuidados necessários ao seu controle, o dia 03 de junho é celebrado o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. A obesidade é uma doença crônica não transmissível, considerada um grande desafio para a saúde pública devido às suas proporções epidêmicas. De acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional/Egestor/MS, no Tocantins em 2021, a obesidade em crianças de 0 a 5 anos foi de 6,5 % e em crianças de 5 a 10 anos foi de 13,91%.

Para o enfrentamento desse cenário, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) segue a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). "A promoção da alimentação adequada e saudável no Sistema Único de Saúde deve fundamentar-se nas dimensões de incentivo, apoio e proteção da saúde e deve combinar iniciativas focadas em políticas públicas saudáveis, e serviços de saúde que trabalhem a promoção de hábitos saudáveis de vida", disse a nutricionista da Área Técnica de Alimentação e Nutrição da SES-TO, Terezinha Franco.

A Nutricionista complementa que "o Estado em conjunto com o Ministério da Saúde trabalham a promoção da Alimentação Saudável por meio das orientações contidas no ‘Guia Alimentar Brasileiro para Crianças menores de dois anos’, que contêm as orientações necessárias para que a criança cresça e se desenvolva de forma adequada", afirmou, acrescentando que o guia está disponível no link <disponível no link: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf >.

A Gestão Estadual também segue a Estratégia Nacional de Prevenção e Atenção à Obesidade Infantil (PROTEJA), instituída pela Portaria GM/MS nº 1.862, de 10 de agosto de 2021, a qual  tem o objetivo deter o avanço da obesidade infantil e contribuir para o cuidado e para a melhoria da saúde e da nutrição das crianças. 37 municípios do Tocantins foram contemplados com essa estratégia e receberam recursos de custeio para trabalhar ações na Atenção Básica de prevenção e controle da obesidade infantil.

Outro trabalho da SES-TO junto aos municípios, no enfrentamento da obesidade é a qualificação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde, na promoção da alimentação saudável e da vigilância alimentar e nutricional dos usuários do SUS, atendidos nas unidades básicas e a parceria com a Secretaria de Estado da Educação na promoção da alimentação saudável e atividade física dos escolares, por meio dos Programas Saúde na Escola (PSE) e Crescer Saudável.

Dados

Segundo a nutricionista do Ambulatório Pediátrico do Hospital Geral de Palmas (HGP), Camila Maciel Lemos Nunes, “o número de casos de crianças obesas aumentou consideravelmente nos últimos dois anos. Dos quatro pacientes que são encaminhados para mim, três são obesos, fator que pode causar diversos problemas de saúde para a criança, como diabetes, colesterol alto e pressão arterial elevada”.

Ela relata ainda que “esse aumento é reflexo da pandemia, que agravou a situação e teve impacto na alimentação das crianças, além do aumento do sedentarismo. Hoje eu atendo crianças de 10 anos com esteatose hepática moderada, que é o acúmulo de gordura no fígado, além de crianças que estão tomando ansiolítico, remédio de pressão, controle glicêmico, isso é muito preocupante”.

 No Tocantins as crianças com diagnóstico de obesidade, entram na rede do SUS pelas Unidades Básicas de Saúde, passam pela Central Estadual de Regulação e são encaminhadas para a área específica e dependendo do caso elas são acompanhadas por nutricionista, endocrinologista e psicólogo.

 Prevenção

A obesidade infantil é resultado de uma série complexa de fatores genéticos,  comportamentais, que atuam em vários contextos: familiar, escolar, social.  Fatores que podem ocorrer ainda na gestação podem influenciar, como a nutrição inadequada da mãe e o excesso de peso. Também pode envolver um aleitamento materno de curta duração e introdução de alimentos de forma inadequada.

Crianças com obesidade correm riscos de desenvolverem doenças nas articulações e nos ossos, diabetes e doenças cardíacas. Para evitar esses riscos, é essencial que a introdução alimentar seja feita no período correto (a partir dos 6 meses, após o período de aleitamento materno exclusivo) e com os alimentos balanceados.  Se esse período não tiver o cuidado e atenção necessários, as crianças ficam expostas cada vez mais cedo aos alimentos ultraprocessados e industrializados.

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